segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As mudanças de planos são lixadas

Antes de vir para aqui, o meu plano original, no que a visitas à minha "terrinha" diz respeito, era de a visitar com uma frequência relativamente baixa. Como todos os planos ambiciosos, a vida estragou-me também este. Quase todas as semanas volto a casa dos meus pais, o que me faz sentir ligeiramente hipócrita por tanto ter falado sobre como quase não voltaria mais, e seria instantaneamente independente, etc. etc. típicas conversas à pimpas pimpinela, embora ligeiramente exageradas neste caso. Acho que mesmo naquela altura era um bocado mais realista que isto.

O triste é que eu não volto à terrinha porque me apeteça particularmente ir lá. É mais que eu não tenho quase nada para fazer num fim-de-semana no Porto. Não preciso do tempo para estudar e nunca tenho nada combinado para o fim-de-semana, aliás, quando tenho, é com o johnny e a duda. Na terrinha também não tenho grande coisa para fazer, mas posso jogar playstation e simcity e ver os meus familiares próximos, bem como o johnny e a duda, que também lá vão com alguma frequência.

Daqui a alguns meses, quando eu tiver feito mais ligações do lado de cá, talvez tenha motivos para ficar mais vezes no Porto. Espero bem que sim. Por enquanto, não tenho.
Até breve.

PS - As minhas sinceras desculpas aos 0 leitores deste blog por actualizá-lo com ainda menos frequência do que o habitual.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

É assim, fica assado

Depois de um mês em que estive para falar do assunto, mas fiquei sempre parado a reflectir ou a fazer outras coisas, venho finalmente pronunciar-me sobre a praxe. Uma vez disse que era uma seca, mas mesmo assim sendo dá que pensar.

A primeira coisa que tenho a dizer é que a maior parte do que se faz na praxe não faz sentido: o tratamento dos caloiros como "burros" e o seu consequente rebaixamento (no que incluo tudo desde berrar-lhes a mandá-los fazer flexões. A sério, quem teve essa ideia devia ser assado no espeto, e eu sou piamente contra a pena de morte), as brincadeiras parvas e músicas tão carregadas de asneiras que se passassem na TV seriam reduzidas a "piiiiiiiiiiiii", a necessidade quase constante de picar outros cursos, e a aparente filosofia da parte de alguns doutores de que os caloiros têm mas é que aguentar com tudo e mais alguma coisa, mesmo que fiquem, sei lá, estou aqui a tirar um exemplo sem conexão nenhuma à realidade, cheios de fome.

Convém, porém, dizer já que a praxe na FEUP (na FEUP, porque em certos sítios mais a sul a coisa está bem mais negra do que o que eu descrevi), não é tão má quanto parecerá pelo parágrafo anterior. Vi algumas actividades razoavelmente interessantes desenvolverem-se e participei em várias. Creio que o espírito da praxe aqui é promover o espírito de união entre os caloiros, se bem que de uma forma bastante perversa. Pelo que vejo à minha volta, está a cumprir o seu objectivo. Mesmo a mim deve ter ajudado alguma coisa, nem que seja de forma indirecta.

O principal problema que eu tenho com a praxe não é o espírito que lhe está subjacente. O problema está na forma como esse espírito tem vindo a ser expresso, e que, lamentavelmente, tem vindo a ser mantida por gerações de estudantes, aparentemente apenas por se tratar de uma tradição. Das duas uma, ou a praxe como a conhecemos preserva-se unicamente por ser tradição, o que é absurdo, ou ninguém ao longo dos anos conseguiu inventar uma maneira melhor de integrar os caloiros na vida académica do que humilhá-los e "torturá-los" psicologicamente, o que é perturbador.

Claro, sempre houve pessoas a criticar a praxe, hoje mais do que nunca, mas o seu impacto tem sido muito reduzido. A praxe parece ser muito mais resistente aos efeitos do tempo do que a maioria dos ritos de iniciação, que já caíram em desuso ou estão lá perto. Não consigo entender o motivo disso... Há assim tantos caloiros que gostam tanto da praxe que ficam com vontade de praxar outros? Já ouvi colegas meus a dizer que sim, que querem praxar quando chegarem ao 2º ano. Tenho que lhes perguntar o que lhes anda a passar pela cabeça um dia destes. Se alguém ler isto e me conseguir esclarecer, agradeço.

Posto isto, digo o seguinte: quem é anti-praxe nunca tendo nela participado é estúpido. É perfeitamente aceitável criticá-la, e há muitos motivos para o fazer, mas não se deve criticar sem ter uma opinião informada sobre o assunto. Informações de segunda ou terceira mão não chegam, e mesmo de primeira podem não ser muito fiáveis porque os gostos variam de pessoa para pessoa. A única forma de saber se realmente se gosta da praxe ou não é indo.

Essencialmente, o que eu penso é que a praxe precisa de mudar para algo bastante diferente. Uma vez, alguém disse que a praxe é feita de momentos*. Devia era ser assim desde o princípio e não depois de um mês de rídiculo. Se isso acontecesse e os estudantes se desapegassem da hierarquia podre da praxe, haveria muito menos gente a fazer-lhe oposição pelo simples motivo de que não haveria quase nada a criticar.

Quero frisar que esta é apenas a minha opinião. Há quem concorde com ela e quem discorde. Quem quer ir à praxe é livre de ir e quem quiser praxar é livre de praxar quem quiser ser praxado. Eu, pessoalmente, vou manter-me neutro. Não trajarei nem praxarei no próximo ano. Já não vou à praxe desde o baptismo, principalmente porque já me cansei dela (apesar de agora se ter tornado mais interessante). Pela parte que me toca, a praxe acabou.

A não ser claro, que eu resolva reaparecer temporariamente na Queima ;)

* Defino momentos como actividades que possuam um valor lúdico e/ou instrutivo e que não sejam um completo disparate nem tenham como objectivo rebaixar os caloiros.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Não, não se verifica que não seja o caso de que não é verdade que isto não é mentira

A Coreia do Norte pediu hoje clemência à sua vizinha a sul, após ter sofrido um bombardeamento nuclear na ilha de Gnoeypnoey, no Mar Vermelho. Vários países aliados da Coreia do Sul, entre os quais os EUA, já mostraram o seu apoio a este ataque. Esta é a primeira vez em 57 anos que as duas Coreias mostram algum tipo de hostilidade, tendo a Coreia do Norte prestado, até, auxílio tecnológico à do Sul aquando do acidente fatal sofrido por um submarino desta última.

A PT tem a partir de agora, por ordem da Comissão Europeia, 2 meses para libertar a golden share que possui no estado português. Segundo o Tribunal Europeu de Justiça, esta golden share constitui uma restrição inaceitável à livre circulação de capitais, visto que esta é o coração dos incentivos financeiros empresariais e politicamente motivados ao Estado.

A telenovela italiana Meu Amor, transmitida pela TVI em Espanha, recebeu por engano o prémio Emmy para melhor novela internacional. Segundo consta, o júri confundiu a novela com outra com um nome semelhante, produzida em Portugal e transmitida pela RTP2. Esta teve uma audiência de cerca de 12 milhões de televisões; até mesmo os equipamentos nas prateleiras das lojas mostraram interesse em vê-la. A novela foi elogiada por críticos profissionais pela sua moderação no que toca a cenas de sexo e de compras.

Carvalho da Silva, director da CGTP, teve algumas palavras para dizer aos portugueses a respeito da greve geral de hoje. "Temos uma extraordinária greve geral em Portugal e queremos transmitir o nosso maior desprezo a todos aqueles que utilizam os transportes públicos diariamente para se deslocar ao trabalho ou à escola." A greve foi convocada, como foi lembrado por da Silva há uma semana, para protestar contra o aumento inesperado dos salários e a melhoria abusiva das condições de trabalho.

Desta vez acho que me foquei demasiado na política.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Casa Pia nega o óbvio

A Casa Pia de Lisboa afirma categoricamente desconhecer a existência de qualquer rede organizada de pedofilia a operar dentro da instituição

SIC Notícias


Só podem estar a gozar com a minha cara.

Cri, cri... PÁS! (ou Crónicas de um Caloiro no Porto)

espreguiça-se e olha pela janela por onde entra o solzinho de manhã

Ah, espera, agora já não há solzinho de manhã, pelo menos para quem se levanta às 6:45 para ir para a faculdade. Pois é, apesar de certas previsões imaginárias, eu entrei no estabelecimento de ensino superior e no curso que queria. Nada bate Informática na FEUP. Ponto. Os de Direito e de Medicina que não venham cá com coisas. Quando têm algum tipo de necessidade informática é a nós que recorrem :P.

Voltando ao assunto, nada bate Informática na FEUP. Por enquanto ainda estou a levar principalmente com uma dose saudável de matemática avançada: integrais, aproximações polinomiais, matrizes, teoria de conjuntos, etc., e é só o princípio. Também tenho uma cadeira em que andámos a estudar circuitos até agora e outra de programação que é facílima mas poderia ser mais interessante (culpa minha, quem é que me mandou andar a aprender programação por conta própria no último ano). Claro, como a Duda diz, mas vocês são engenheiros!, mas quer-me parecer que isso é bom. Não temos tanto trabalho estafante como vocês :D

Quanto ao curso, é tudo. Tudo está a correr quase exactamente como o previsto, ou seja, bem. O grau de dificuldade subiu um bocado, só isso (segundo fontes fidedignas, isto não se aplica a certos cursos, mas aqui eu estou a falar do meu, portanto a quem está a ter que marrar que nem doido, as minhas desculpas se vos ofendi, não era tal a minha intenção, apenas almejava transmitir o meu optimismo, talvez prematuro, em relação à minha futura capacidade de compreender os tópicos tratados no meu curso).

Aquilo de que tinha mais receio, quando cheguei aqui, era de que não me conseguisse orientar e ficasse completamente sozinho, o que seria muito mau tendo em conta que não trouxe comigo nenhum dos meus amigos (de todas as pessoas que conheço no Porto só 2 é que já conhecia antes de cá vir). Felizmente, consegui pôr a bola a rolar bem cedo e, embora não estejam propriamente a chover amigos aqui, já consegui fazer alguns. Suspeito que desta vez esse grupo vai expandir-se bem mais do que o que se expandiu há 6 anos atrás. Faz sentido, visto que a minha capacidade de socialização melhorou assim só um bocadinho nesse período de tempo; para além disso, os meus conhecimentos de programação têm dado uma ajudinha a atrair atenções bem desejáveis. Também não deixo escapar quase nenhuma oportunidade para sair com colegas. Para quê ficar em casa a apanhar pó em vez de passar um bom bocado acompanhado lá fora? (isto sou eu a falar? ena, obrigado ex-colegas) Já vou ao cinema com eles e tudo! Roma não foi construída num dia, mas em três meses penso que dá para concluir a obra (não sei bem, tenho que perguntar aos meus colegas de Civil).

(Da praxe falarei depois em mais pormenor, mas vou dizer o seguinte: a próxima vez que vier à praxe, se vier, será na altura da Queima. Já me fartei de fazer de burro.)

Vá, grilo, sai daqui! O teu efeito teatral de indicar o despovoamento deste espaço virtual perdeu o sentido! Pisga-te! Raios, não me faças matar-te! Não quero ouvir mais esse cri, cri! Oh, esquece, foi atropelado pelo meu pé. RIP.

sábado, 11 de setembro de 2010

Faculdade, areia e pudins

Bem, fui colocado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (puxa, que nome mais comprido), no curso de Engenharia Informática e Computação. É curioso notar que há uns dias atrás estava a ficar francamente nervoso e agora, a poucos dias de me deslocar ao Porto, estou perfeitamente calmo. Vá-se lá entender o meu cérebro... Já tenho algumas coisas preparadas para levar para o meu estaminé. E pronto, é tudo. Este tempo antes de ir para a faculdade é mesmo uma seca. Deve ser por isso que passa tão devagarinho. Agora estou de volta ao normal, ansioso para que chegue o dia 13 (que felizmente não é uma sexta-feira). Até da programação, meu "amor", me consigo cansar. Há erros que são muito, muito cansativos de corrigir (às vezes preciso de fazer pausas), mas vale a pena, pois no final tenho um programa a funcionar devidamente. Também tende a ser um pouco difícil escolher qual das várias ideias mais ou menos úteis que tenho na cabeça implementar (não, não é "implantar") a seguir, como se eu não tivesse mesmo mais nada em que pensar, co' esta cena da fac & tudo, pá. Tenho a certeza de que quando chegar lá não terei problemas em manter-me ocupado... possivelmente, até um pouco ocupado de mais. Mas "creio" que hei-de conseguir resolver isso tudo. Bem, tenho de conseguir, não é verdade? Voltar atrás é que não, isso não é mesmo nada fixe. Eu quero é fazer coisas fixes. O ócio irrita-me mesmo, . Às vezes 'tou na praia e aquilo torna-se numa grande seca porque não há mesmo nada para fazer a não ser olhar para a areia. Lembro-me daquela vez em que o johnny e a duda e mais alguém estiveram acampados na mesma praia que eu, isso foi muito bom, nem seca nem coisa que se pareça, os meus pais até devem ter ficado um pouco chateados por eu os "abandonar" daquela forma crudelíssima. Enfim, hei-de ter saudades (saudades "à pimpas") desta gente, mas não serão horripilantes, até porque nos podemos voltar a ver, para alguma coisa existem os comboios e a Internet, são todos meios de transporte, um físico, outro virtual, mas que transportam, transportam, carago (como supostamente se diz no Porto, ainda vamos a ver se apanho a pronúncia portuense (não é portista, isso é outra coisa), uns apanham, outros não, eu pessoalmente gosto da minha voz como está agora, apesar de sair para aí uma oitava acima do que devia em qualquer tipo de gravações, como aquele filme que eu fiz com o johnny e a duda e a daniela e a xana e mais alguém que também lá estava, sim, esse filme foi muito bom, ficou um bocado esquisito mas fizemos todos bem o nosso papel, pelo menos isso é o que se vê no filme, porque as gravações, essas contam uma história bem diferente (só não digo "meu deus" por ser ateu), quantas tentativas foram necessárias para arranjar uma cena que saísse bem, as vezes todas que tivemos que fazer gravações de cara com o guião atrás da câmara (exercício para os fãs do nosso filme: procurem os guiões) para evitar enganos nas falas, e ainda assim o nosso trabalho ficou com os pudins trocados, essa cena é hilariante, então os erros todos que se encontram nas gravações são de chorar a rir, aquela compilação de bloopers não mostrava tudo, hihihihi, ainda hoje me rio a ver aquilo, "ai não se preocupe com o pudim, QUAL PUDIM?", resposta: aquele que eu estava a segurar). E em cima disto tudo vou dar com um conjunto de pessoas que não conheço de lado nenhum mas que sei já à partida que estou muito interessado (devo estar) em conhecer, alguns amigos dali sairão, talvez arranje uma cara-metade por aí, não que falte um bocado à minha, mas dá sempre mais jeito ter uma cara e meia. E pronto, é tudo, logo se vê como se resolve isto tudo, de preferência com um final feliz do género "e viveram todos felizes para sempre."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Programa de forma

[*7.            times,
 *[5,          4,3,2,
  1,0]        ].each{|
  n|puts     ' '*n+
   ?#*5+    ' '*(
    12-2*  n)+?#*
     5};#olhaumv

Este programa mostra uma letra. Qual?

Afirmação da realidade

O processo Casa Pia terminou no passado dia 3, tendo nenhum dos 9 arguidos recorrido da sentença de TIR decretada pelo juiz Herman José. Carlos Cruz, famoso pianista português, declarou-se muito satisfeito com a sua vitória neste caso.
Barack Obama anunciou recentemente um reforço da acção militar dos EUA no Iraque. Serão enviados mais 90 000 militares para este país, apesar de a violência nele ter atingido o valor mínimo dos últimos 7 anos e de as eleições legislativas terem terminado com a vitória do partido Bzgleghz.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, recebeu aplausos de vários dirigentes mundiais ao anunciar um plano para facilitar a legalização dos estrangeiros que se encontram em situação ilegal naquele país. Para além disso, será automaticamente atribuída a nacionalidade francesa a qualquer estrangeiro que atente contra as forças policiais.
A Galp abriu um novo posto de combustível de luxo em Setúbal, atendendo às queixas de vários consumidores de que os combustíveis são demasiado baratos. A empresa pretende assim competir com os vários hipermercados da região, cujos preços elevados têm atraído um grande número de automobilistas.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Uau, nós somos mesmo poderosos, pá

Estive recentemente a pensar nisto... Normalmente, nem reparamos de tão ocupados que estamos com outras coisas, mas o progresso tecnológico dos últimos 20 anos é verdadeiramente impressionante. Quem, em 1990, diria que hoje teríamos computadores capazes de recriar fielmente ambientes reais e processar montanhas de dados numa fracção de segundo, ou que seríamos capazes de armazenar bibliotecas inteiras numa caixa do tamanho de uma mão, ou que teríamos redes rápidas o suficiente para transferir quantidades maciças de dados em alguns minutos? E que, graças à Internet, poderíamos encontrar informação sobre quase qualquer tópico com apenas alguns cliques? Nunca a humanidade teve tamanho poder nas suas mãos.

Infelizmente, ainda não tiramos o máximo partido desse poder, e o mais provável é que quando o conseguirmos, os nossos esforços sejam ultrapassados pela última geração de computadores, que, possivelmente, farão os actuais supercomputadores parecerem brinquedos. Uma coisa é certa; esse poder está nas mãos de cada vez mais pessoas. Hoje, não é preciso muito conhecimento prévio para se aprender a usar um computador, pelo menos assim me parece (corrijam-me se estiver errado). Entre toda essa gente, haverá um número significativo de potenciais programadores, que são as pessoas que tornam possíveis todas as coisas fantásticas (ou não) que se podem fazer com um computador e que, embora pareçam simples, são bastante complexas. Têm, efectivamente, o poder de mudar o mundo, como é demonstrado pelos avanços tecnológicos dos últimos anos.

E, sim, eu tenciono juntar-me a esta gente. Para a maioria das pessoas, parece uma coisa extremamente desinteressante e esotérica, mas para mim não é. Não me julgo capaz de mudar o mundo, mas acho que consigo fazer alguma coisita significante... de qualquer forma, não me vejo mesmo a fazer outra coisa.

(É curioso que já quando era miúdo dizia que queria ser programador. Parece que o meu eu de há 10 anos atrás acertou em cheio!)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

2 meses

Daqui a 2 meses estou a começar as aulas. Outra vez. Às vezes fico a pensar se isto será mesmo boa ideia. Espero que seja. Detesto voltar atrás nas minhas decisões.
Em qualquer dos casos, não estou a apreciar a espera. Penso que esta é a primeira vez que eu desejei saltar as férias de Verão (e possivelmente a última. Será que há férias de Verão na faculdade?). Estes dias bem que podiam passar um pouco mais depressa... até dia 13 de Setembro, pelo menos, que é quando saem os resultados das candidaturas. Mas não faz sentido estar a agitar-me por causa deles porque, a não ser que ocorra uma catástrofe catastrófica, eles serão exactamente aquilo que eu espero.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Oh meu Deus! O Cristiano Ronaldo teve um filho! Incrível!

Estou francamente desiludido, embora não devesse, com a atenção dada pela sociedade portuguesa ao nascimento do filho de Cristiano Ronaldo. Quando este último anunciou o incrível evento no Facebook, os media dissecaram avidamente o assunto, e as pessoas, claro, fizeram exactamente o mesmo. A parte mais ridícula da situação é que o nascimento de uma criança não é nada de extraordinário, nem mesmo quando o pai é uma celebridade. Se qualquer outra pessoa tiver um filho, o público não repara.

A minha desilusão só aumentou quando eu perguntei à minha mãe por que achava o assunto interessante. A resposta dela foi que não tinha mais nada para fazer. Ora, se eu não tenho nada para fazer, a solução a adoptar é entreter-me a bisbilhotar aspectos da vida privada alheia sem interesse nenhum? E que tal arranjar alguma coisa para fazer? Pelos vistos, é pedir demasiado, o que é uma tristeza. Mesmo em matéria de puro entretenimento é possível encontrar bem melhor que isto.

Apesar disto, a verdadeira culpa desta ridicularia não é do povo, mas sim dos media. São eles que fazem todo o trabalho de espionagem à vida das celebridades e que transformam as coisas mais banais em notícias extraordinárias. Se os "jornalistas" largassem este assunto de vez, poucos demonstrariam este interesse depravador nos detalhes da vida das celebridades. Infelizmente, nunca o farão, pelo simples motivo de que estas "notícias" são muito lucrativas, o que só demonstra a falta de ética desta gente. Queria ver se gostavam de ver a sua vida similarmente escrutinada e esmiuçada. Adoraria ver alguém dar-lhes uma dose do seu próprio veneno.

Resumidamente, uns são fúteis e outros exploram essa futilidade. Ambos são deprimentes.

(E para aqueles que usam o referido anúncio no Facebook como argumento para defender a imprensa, faço notar que a mensagem, tanto quanto me é dado saber, não dizia "Convido dúzias de bisbilhoteiros a analisar cada movimento da perninha do meu bebé" nem nada que se parecesse. Os paparazzi foram lá porque quiseram. Isso ou o Ronaldo convidou-os, o que é igualmente deprimente, embora por motivos diferentes. E mesmo que isso tivesse acontecido, qualquer profissional com um sentido de ética teria recusado fazer tal trabalho.)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bendita semana

As minhas preces parecem ter sido ouvidas. O calor doido da semana passada desapareceu e a minha falta de inspiração também. Este último facto é a causa da escassez de textos neste blog nos últimos dias. Tenho andado muito ocupado a redigir uma história que mete magia, e as histórias que metem magia são algo complicadas porque os poderes das personagens tendem a deixar-me com pouca margem de manobra. O ingrediente essencial, porém, está lá: ideias, em especial para uma personagem maléfica que estou ansioso por introduzir (fá-lo-ei no próximo capítulo).

Ah, e as candidaturas ao ensino superior abriram hoje. Boa sorte a quem dela precisar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010



Por favor, salvem-nos deste inferno. Nunca vi coisa assim.

Subsídio de estupidez

Em Portugal, tem-se observado, desde há algum tempo, uma estranha obsessão por parte de sucessivos governos em tentar "salvar" - da miséria, por meio de inúmeros subsídios, e da ignorância, através da trivialização do "sucesso escolar" (ex.: "Novas Oportunidades") -, pessoas que, como é evidenciado pelos resultados de tais campanhas, nunca hão-de deixar de ser as criaturas vazias, inúteis e degradadas que são actualmente. Estas pessoas caracterizam-se por uma espantosa falta de carácter moral, abusando prontamente da "boa vontade" do estado e de outros e agindo como crianças pedinchonas que não têm mais nada para fazer. Tipicamente, só querem dinheiro, e não, por exemplo, comida, da qual precisam para sobreviver. Eu não estou a tirar estas ideias do nada, vieram de algumas histórias que ouvi a respeito destes indivíduos e que, apesar de tristes, não me surpreendem. São os tipicamente apelidados de "mais desfavorecidos", designação que pode ser verdadeira se se assumir que se refere à inteligência dos sujeitos que descreve. Existem, certamente, muitas pessoas decentes que vivem na miséria, mas, infelizmente, não parece ser a essas que os esforços do governo actual e de anteriores se dirigem.

Como eu disse, os "mais desfavorecidos" nunca sairão da cepa torta por muitos subsídios e "oportunidades" que se lhes dêem. Tudo que essas medidas fazem é permitir-lhes sobreviver, mantendo-se, porém, na miséria e na estupidez, a segunda frequentemente causa da primeira. Ou seja, em vez de eliminarem a degradação, perpetuam-na. Os degradados ficam na mesma, e o resto da sociedade fica a perder, pois tem que lidar com os problemas causados por um grupo de pessoas que nada faz de útil e só consegue viver à custa dos outros, ao mesmo tempo que os atrapalha. Só resta, portanto, uma única explicação para esta aparente tentativa de salvar os insalváveis: o culto do politicamente correcto com o objectivo de obter votos e apoio popular. Os "apoios sociais" aos pobres costumam ser um trunfo muito brandido pelos partidos, especialmente durante as campanhas eleitorais, pelo que continuarão mesmo que só sirvam para desperdiçar dinheiro e tornar o estado ainda mais ineficiente, bem como atrasar o já de si lento progresso da sociedade portuguesa.

À luz da natureza dos indivíduos "apoiados", penso que a única forma de solucionar esta situação ridícula é cortar todos os apoios a esta gente. Deixem apodrecer nas ruas e morrer à fome aqueles que apenas contribuirão para a degradação mental deste país. Pode ser que, então, a selecção natural entre em funcionamento, a inteligência do português médio suba e o nosso nível de desenvolvimento se aproxime do de países mais evoluídos. Caso contrário, as pessoas inteligentes vão continuar a fugir daqui e este país cairá cada vez mais fundo na mediocridade, até que não haja possibilidade de o recuperar e colapse de vez.

domingo, 4 de julho de 2010

Agora que está sol, não consigo aproveitá-lo porque está demasiado calor. Raios.

domingo, 27 de junho de 2010

Promoção Alçada: chumbe um, passe dois

Esta é outra ideia que é completamente descabida. Como é que diabo um aluno que chumbou no 8º ano vai conseguir passar nos exames do 9º e estudar a matéria do 10º? Penso que é humanamente impossível, a não ser que esses exames sejam ridiculamente fáceis. E mesmo que fosse possível, a darem-se oportunidades destas, por que não dá-las a quem as poderia aproveitar, nomeadamente alunos com notas excelentes (como cincos a quase tudo), em vez de as dar a quem menos as merece? Chamam a isto "facilitista", mas eu não estou a ver esta ideia a facilitar o percurso escolar de nenhum aluno, a não ser que se trate de um craque que chumbe de propósito para saltar o 9º ano, coisa que me parece muito pouco plausível.

Isabel Alçada defende esta medida dizendo que é "transitória", o que é irrelevante para o assunto. Não interessa se é transitória, é ridícula. E, nesta lenta imitação de país, muitas coisas "transitórias" acabam por se tornar permanentes. E ainda mais ridículas do que o que já são.

sábado, 26 de junho de 2010

EB de Fitares: fazem-se casamentos

No dia 24, li uma notícia bizarra no jornal i: constava que, na noite do sábado anterior, uma empregada do refeitório da Escola Básica de Fitares tinha realizado a sua festa de casamento na escola. A festa, ao que parece, foi tão animada que até se dispararam tiros de madrugada. A parte mais hilariante, porém, é que a festa foi autorizada pela directora da escola, que está de consciência tão tranquila que mandou calar toda a gente dentro da instituição.

Não entendo como é que uma coisa destas acontece. Mas por que raio havia alguém de se lembrar de festejar um casamento numa escola? Só um cemitério seria um local menos apropriado para fazer tal coisa, ainda por cima a meio da noite, quando, supostamente, as escolas fecham todas.

Se alguma coisa demonstra a incompetência de certas pessoas neste país, é isto. A senhora directora, quando confrontada com o sucedido, desviou imediatamente a conversa e afirmou que "todos os dias há assaltos nas escolas" (referindo-se a um furto que ocorrera na mesma escola na sexta-feira anterior à noite), o que, tecnicamente, é mentira porque, segundo o Ministério da Educação, não há assaltos que cheguem para todos os dias do ano. Como diz este bloguista e bem, por que diabo é que nem se fecha aquela escola nem se demite a direcção? Típica incompetência portuguesa (peço desculpa pela repetição, mas isto não tem mesmo outro nome).

Planos de escrita

Neste momento, estou a escrever uma história de ficção e, como estou no princípio, tenho andado aflito para dar fio à meada. Isto porque a acção não está bem definida, e as personagens ainda menos. Em muitas das vezes que pegava na história, conseguia escrever menos de uma página.

De facto, começar uma história longa pode ser uma tarefa desencorajadora, de tão difícil que é. Especialmente quando o escritor é uma pessoa excepcionalmente indecisa e minuciosa. Em muitos casos, deparo-me com uma variedade de formas de continuar a acção e nenhuma me parece satisfatória, ou porque é demasiado inverosímil, ou porque contradiz aquilo que já aconteceu, ou porque simplesmente não soa bem. Este último problema ocorre-me mais frequentemente com certas frases; houve uma no capítulo 1 da minha nova história que demorou horas para escrever!

Agora, com dois capítulos acabados, tenho a tarefa mais facilitada, bem como algumas ideias sobre como fazer uma boa história. Penso que, ao contrário do que se poderia fazer, criar um plano logo ao princípio não ajuda, porque, durante a escrita, vão surgindo novas ideias que alteram o rumo da narrativa, exigindo constantes mudanças nos planos. Para além disso, uma história toda planeada desde o princípio tenderá a ficar insossa porque ficará demasiado coerente e previsível. Sem planeamento, a escrita imita a vida real, o que resulta em textos mais verosímeis.

Porém, planear um pequeno número de capítulos de uma vez tende a funcionar bem em alguns casos (eu próprio já o fiz), visto que aí há uma menor margem para divergências e é mais fácil definir pormenores daquilo que se vai fazer. Mas acho que esse planeamento funciona melhor quando já se escreveu um bom bocado da história e não se está a pensar num vácuo.

Pode ser que amanhã (bem, hoje) consiga escrever alguns parágrafos do capítulo 3.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O mundo acabou.

O exame de Matemática já está feito. Agora já estou oficialmente de férias. Fantástico. Agora só faltam alguns meses para me ir embora. Entretanto, vou (tentar) aproveitar a luz solar que, a partir de hoje, vai começar a escassear. (Não devia ter mencionado isto, é um bocado deprimente.)

Já agora, neste momento estou a assar de calor e é quase meia-noite. Que diabo se passa?

Pelos vistos, afinal as salsicheiras existem mesmo. Tomem lá, comentadores imprevidentes.

domingo, 20 de junho de 2010

Exame de matemática, aí vou eu

Amanhã o mundo vai acabar. Logo no dia mais longo do ano. Seria uma enorme desfeita se eu não quisesse que o mundo acabasse.
Bem, isto assumindo que não me esqueço de:
  • Não confundir maior com menor.
  • Ver bem onde é que acabam os sinais de radical.
  • Não fazer cis(π) = i.
Quem me explica por que é que as pessoas deixam a televisão ligada mesmo quando ninguém está a ver?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Divinos peluches

Apesar dos avanços tecnológicos e culturais das últimas décadas, grande parte da população mundial continua a agarrar-se a ideias retrógradas sem sentido. Estou a falar, nomeadamente, da religião. A religião surgiu na Pré-História com vários objectivos, uns bons e outros maus, por exemplo: explicar fenómenos naturais que as pessoas não compreendiam, unir grandes grupos de pessoas desligadas umas das outras, estabelecer princípios morais e justificar a autoridade dos líderes. (Penso que a primeira explicação é a mais provável, mas não me parece que exista um consenso sobre essa matéria.)

Porém, independentemente dos motivos que levaram ao seu aparecimento, a religião é um absurdo. Não existe nenhum fenómeno observável no Universo que possa ser plausivelmente atribuído a alguma divindade. As muitas e graves falhas do mundo em que vivemos contradizem a existência de um ser omnipotente e sumamente bom. As histórias que supostamente explicam o aparecimento de deuses contêm elementos que são indubitavelmente fictícios, o que descredibiliza o resto da história. A título de exemplo: Jesus Cristo pode muito bem ter existido há 2000 anos atrás, mas de certeza não ressuscitou ao terceiro dia, como diz a Bíblia. Nem mesmo hoje conseguimos fazer isso.

Se assim é, por que é que a religião subsiste? Penso que isso acontece porque as pessoas insistem em agarrar-se a alguma coisa e fingir que essa coisa as protege de todos os males concebíveis, por serem, aparentemente, incapazes de enfrentar a realidade tal como é. Nesse aspecto, a religião está para os adultos como os ursinhos de peluche estão para as crianças.

Por fim, há que ter em conta que os ideais religiosos, ao longo dos séculos, têm servido de desculpa para toda a espécie de guerras e massacres, enquanto que não estou a par de nenhuma ocorrência em que a crença em deus algum tenha melhorado significativamente a vida de seja quem for. Não ficaria a humanidade, então, melhor se a religião deixasse de existir?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

As prioridades da chamada comunicação social


Composição habitual de um telejornal

Há alguns dias atrás:
Tempo dedicado ao desastre petrolífero no Golfo do México: cerca de 1 minuto.
Tempo dedicado ao novo treinador do Porto: pelo menos 3 minutos (até passaram o discurso do homem e tudo).
E ainda me vêm dizer que devia ver o telejornal.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dêem-me um exame e eu deitarei abaixo o mundo

Apesar de as aulas terem acabado hoje, ainda há um último obstáculo a ultrapassar antes que nos possamos ver livres do secundário para todo o sempre. Esse obstáculo é a realização dos exames nacionais, que são cruciais para se poder ingressar numa universidade e, posteriormente, obter um emprego decente.

Em resultado disto, e como alguns sabem muito bem e outros, possivelmente, preferirão não recordar, a aproximação da época de exames provoca um súbito e tremendo nervosismo em (aparentemente) 99,9% dos alunos. As consequências deste nervosismo variam, mas, em muitos casos, afectam negativamente as notas obtidas pelos ditos alunos nos exames.

Este nervosismo é sintomático daquilo que está mais errado nos exames: a sua importância exagerada para a continuação da vida académica e profissional dos estudantes. Uma falha grave num exame, ao contrário do que aconteceria noutro momento qualquer do ano lectivo, pode ter consequências catastróficas a longo prazo. Quase não existe a possibilidade de corrigir tais erros - a 2ª e subsequentes fases não contam, visto que é muito mais difícil e moroso entrar na universidade nessas fases do que na 1ª. Existe, portanto, uma enorme pressão sobre os alunos que agora concluem o 12º ano para que obtenham notas elevadas nos exames, especialmente no caso muito comum daqueles cuja média do secundário mal chega para entrar no curso desejado. Isto, como é evidente, cria uma aura de medo à volta dos exames, a qual põe os alunos num estado de nervos.

Por que é que este tipo de avaliação pontual é tão falível? Porque, num dado momento, uma pessoa pode estar sujeita a uma variedade de circunstâncias, muitas das quais não controlam: amnésia, má disposição, e, sobretudo, o nervosismo. Todas estas situações podem alterar drasticamente (e para baixo) a nota do exame, sem terem, no entanto, qualquer relevância para a determinação das capacidades do aluno na matéria que é objecto de exame. Pior, o facto de a nota estar dependente deste tipo de factores contribui para aumentar o nervosismo dos examinandos... sendo o nervosismo um dos factores que acabei de mencionar! Ou seja, a natureza dos exames cria um círculo vicioso de medo, com resultados previsivelmente desastrosos, novamente sob a forma de classificações reduzidas nas provas.

Este círculo só poderá ser quebrado eliminando o problema que o criou em primeiro lugar, a fulcralidade dos exames. Por exemplo, se cada exame tivesse nem que fossem duas chamadas em vez de uma, penso que o problema que existe actualmente seria, no mínimo, significativamente mitigado (pois deixaria de existir a pressão de obter um bom resultado à primeira e única oportunidade). Uma análise um pouco mais profunda e criativa certamente conseguiria chegar a uma solução muito melhor e mais viável.

Os exames, nos moldes em que existem actualmente, são, portanto, uma ideia destinada ao fracasso desde o princípio.

Acabou-se. A partir deste momento não tenho mais nenhuma aula nesta miséria a que chamam ensino secundário.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O mundo vai acabar (e eu gosto disso)

Como é sabido, o presente ano lectivo está prestes a terminar. Para a maioria daqueles que, infelizmente, frequentam o 12º ano de escolaridade, a este fim segue-se uma ida prolongada para uma qualquer universidade.

Mal posso esperar que isso aconteça.

Para mim, já chega disto. Estou farto de gastar o meu tempo com coisas que não servem para rigorosamente nada nem me interessam minimamente (Área de Projecto, Português e, especialmente, Educação Física). Em comparação, os cursos de Engenharia Informática que tenho analisado são principalmente compostos por cadeiras sobre matemática e programação (e tópicos relacionados). Maravilha. Pelo menos para mim.

Já desliguei completamente destes trabalhos de xaxa. Só continuo a andar devido à inércia de mais de uma década. Felizmente, não se esgotará totalmente antes que o mundo comece a acabar em 21 de Junho (data do exame de Matemática).

Agrada-me pensar que tudo isto vai pelo cano abaixo dentro de pouco tempo (ao contrário de certas pessoas). A presença constante da minha família próxima. A sucessão constante e fútil dos anos lectivos. Todo este espaço, o meu quarto, esta casa, esta cidade. Tudo este mundo vai acabar por ser obliterado definitivamente da minha vida. Não logo em Setembro, mas passados 1 ou 2 anos. E isso é bom.

Não estou minimamente interessado em prender-me àquilo que será, em breve, o meu passado. Este mundo já passou o prazo de validade há mais de um ano. Está mais que na altura de o trocar por um novo, um mundo onde possa focar a minha atenção em matérias que me interessam, lidar sozinho (de preferência) com quaisquer problemas que me surjam, e estar livre da interferência psicológica provocada pela presença dos meus pais. Soa familiar, não soa?

Não vou esconder que tenho um pouco de medo. Este novo mundo, ainda que altamente aliciante, é-me totalmente desconhecido. Não tenho a mínima ideia do que irei fazer quando chegar a Lisboa ou ao Porto (conforme venha a decidir). Não sei o que (e quem) vou encontrar quando começar a frequentar a universidade, nem como reagir àquilo que me aparecerá a frente. Não sei que métodos terei de adoptar para lidar com o (previsivelmente muito) trabalho que o curso que escolhi me colocará. Não sei como me vou sair na avalanche de interessantes desafios, académicos e não só, que encontrarei.

Como menciona o post da MariaEduarda, há coisas de valor que se vão perder parcialmente. Mais particularmente o contacto com os amigos. Digo "parcialmente" porque, embora, provavelmente, não os vá ver muitas vezes em pessoa, poderei continuar a comunicar com eles, sempre que não estejam atolados em trabalhos. O mesmo vale para a minha família (que não tenciono visitar com muita frequência. A ideia de regressar ao passado é deprimente).

Viver no novo mundo não será fácil ao princípio. Terei que lidar com todos os problemas que já mencionei e outros inesperados que inevitavelmente surgirão. Mas vale a pena, pois ficarei muito mais perto de atingir dois dos meus três principais sonhos actuais: trablhar na minha área de interesse e tornar-me independente dos meus pais. Aliás, o terceiro sonho também poderá realizar-se, dependendo da minha sorte e das habilidades sociais que eu venha a ganhar. Num mundo onde tudo é novo, tudo é possível.

O fim do mundo começa a 21 de Julho e acaba algures em Setembro. O período das férias de Verão, que medeia estas datas será, assim, uma espécie de limbo. Mas um limbo agradável. Pelo menos, assim o espero.

Que venha o fim do mundo!

sábado, 24 de abril de 2010

Teste

Estou a testar neste preciso momento um programa para aceder ao blog. Esta mensagem é, portanto, um teste. O que poderá não agradar a algumas pessoas. Este post também não faz qualquer sentido.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Aviso aos comentadores

Quaisquer comentários insultuosos ou que contenham palavrões serão **sumariamente apagados** deste blog.

Tenho dito.

Não é irritante quando não conseguem tirar uma única ideia de valor do cérebro? Porque isso acontece-me algumas vezes.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O culto do atraso

Há uma coisa que me irrita imensamente na sociedade portuguesa: a falta de importância que as pessoas dão ao (aparentemente difícil) acto de chegar a horas a qualquer coisa. Apesar de ser comum, impressiona-me sempre ouvir alguém a dizer "Ah, ninguém morre por 10 minutos". Figurativamente, isto está errado, porque existem pessoas que não gostam nada nem de se atrasar, nem de estar à espera de gente atrasada, especialmente aquelas pessoas que não vivem em Portugal. Literalmente, também está errado, pois morrem milhares de pessoas em 10 minutos, algumas das quais precisamente por estarem esse período de tempo à espera.

Ignorando, por agora, este aspecto, há outros a considerar. Esta atitude perante a pontualidade tem consequências. Por toda a gente se atrasar, nada fica feito quando é preciso, e quando não se está à espera de uma coisa, está-se à espera de outra. Com tanto atraso, pergunto-me por que é que as pessoas se dão ao trabalho de estabelecer prazos e horários, visto que nunca os cumprem. Ou então, podiam fazer a média dos atrasos e adiantar todas as horas por esse tempo. Porém, é possível que, caso tal aconteça, os atrasos simplesmente dupliquem de tamanho, voltando nós assim à situação inicial (aliás, pior).

Este problema, infelizmente, parece não ter solução à vista. Só conheço um meio de fazer com que as pessoas parem de chegar atrasadas, que é deixar de esperar por elas. O problema é que isso é impraticável, porque, neste país, nada seria feito se tal solução fosse aplicada. Haveria desencontros a todas as horas.

Se a Torre de Babel fosse planeada hoje em Portugal, o projecto arrancaria daqui a uns 100 anos... com sorte.

Anos

Recentemente estive a pensar (como habitualmente) e reparei num aspecto muito curioso da maneira como as pessoas costumam organizar o tempo. Este aspecto consiste na divisão do tempo numa variedade de "anos", cada um com uma definição diferente e variável, tipicamente ligada a uma qualquer instituição. Há o ano civil (o único que dura mesmo um ano), o ano lectivo, o ano fiscal, o ano judicial, e provavelmente muitos mais. Ora, o interessante é que todos estes períodos de tempo não estão alinhados uns com os outros, nem (à excepção do primeiro), duram 365 dias.

Na minha opinião, isto é idiota e só serve para complicar. Se tudo estivesse alinhado com o ano civil, haveria uma correspondência directa entre este e todos os outros. Logo, quando alguém falasse num determinado ano, seria sempre claro do que é que está a falar. Tal não é o caso agora. Quando me dizem "o ano passado", referem-se a quê? A 2009? Ao ano lectivo de 2008/2009? A outra coisa qualquer?

Aliás, inicialmente, eu tinha escrito, por engano, "ano lectivo de 2009/2010", o que só demonstra ainda mais o potencial para confusão.

Que eu saiba, a língua serve para as pessoas se entenderem.

(Sim, este post talvez seja estúpido.)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Estou a ficar velho. Daqui a pouco terei que mudar o título do blog.

Um programa muito giro

#!/usr/bin/env ruby19
$VERBOSE=''=~/./
require 'open-uri'
alias

_               open
K="iuuq;00hpphmf/dp\
n0tfbsdi@jf>VUG.9'r\
>";R="gsso9..fnnfkd\
-bnl.rd`qbg>hd<TSE,\
7%p<";I=0;P='';loop{
B=K[I];C=R[I];C=C;D=
B.bytes.to_a[I-I-I+\
I-I+I+I-I-I+I+I-I-I-
I+I+I];E=C.getbyte 0
                    P+=((D+E)/2).send(\
                    'rhaac'.unpack('xx\
                    xxaXXXXaXXa').join.
                    intern);I<35?I+=1:\
                    break};$*[0]?(B=$*[
                    0].gsub(/ /,?+);P<<
                    B;Z=_(P).read;puts(
                    Z.scan(/<cite>.*?<\/
                    cite>/x).map{|l|l.
                    gsub(/<[^<>]*>| - /,
                    '')})):IO.new(0)<<
                    "\n\LIAF".reverse

Se alguém conseguir perceber o que isto faz, dê-me com uns paralelos na tola.

Terminou (não-)oficialmente o suplício

Não foi na sexta-feira, mas enfim. Acabou-se. A partir de hoje não tenho mais trabalhos da escola com que me preocupar (sem contar algum trabalho de casa manhoso). Nada como a semana passada, que foi gasta com as coisas mais insossas que se possa imaginar. (Um trabalho sobre basquetebol e um relatório de Área de Projecto. Blherk.)

Agora, vou dedicar o meu tempo a coisas de maior interesse. Como o seguinte:

len = $*.pop.to_i
result = ""
words = []

$*.each {|source| words += File.read(source).split if File.file?(source) }

len.times { result += " " + words.sample }
puts result

Dou um rebuçado a quem souber o que é isto.

terça-feira, 16 de março de 2010

Área de Papelada

Uma das disciplinas obrigatórias no 12º ano (que, infelizmente, frequento) é a Área de Projecto. A descrição habitualmente dada da disciplina, e que se poderá inferir do seu nome, é bastante favorável: fica-se um ano lectivo inteiro a trabalhar num projecto qualquer para apresentar no final. Porém, basta ir a meia dúzia de aulas para verificar que isso não é verdade. Só começámos a trabalhar na sexta aula (não, a planificação não conta como trabalho feito), e a professora ainda acha que isso foi rápido demais - supostamente, só deviamos começar a trabalhar no 2º período! Imagine-se!

Mas esse não é o maior problema, aliás, com o passar do tempo, descobre-se que é, de longe, o menor. Apesar do nome da disciplina, a avaliação praticamente não tem o projecto em conta. Aquilo que tem em conta é um conjunto de documentos escritos, os quais servem para, essencialmente, registar o progresso do trabalho e (mais frequentemente) fazer "reflexões críticas" quando não se tem nada para dizer. Notavelmente, o diário de bordo, o relatório, e o portefólio (elemento que serve para arquivar os documentos de cada membro do grupo), são todos individuais, apesar de dizerem respeito a um trabalho de grupo. E todos eles têm uma especial ênfase na dita "reflexão crítica", para a qual, infelizmente, não há opiniões de grande monta para utilizar. Isto obriga os alunos a emitir quantidades notáveis de "palha", ou, caso não o consigam fazer, a terem notas miseráveis. Eu quase tive uma nota mais baixa a Área de Projecto que a Educação Física. Poupem-me.

Diz-se, no princípio do ano lectivo, que a Área de Projecto serve para preparar os alunos para realizarem projectos a sério. Como é óbvio, isto é mentira; não consigo imaginar as pessoas no mundo real a perderem o seu tempo com a papelada com que nós temos de lidar. Acho que não ficaria mal aos responsáveis pela criação da Área de Projecto um pouco de honestidade; "Área de Papelada" seria um bom nome para a disciplina, que poderia até manter a sua sigla. Quanto ao seu objectivo, sugiro a explicação "fazer os alunos perder o seu tempo e, ocasionalmente, trabalhar".

Acho que ainda podia ter falado de mais algumas coisas, mas não me vou alongar, caso contrário, fico o resto do dia a escrever. Fica a dica para quem quiser comentar.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Texto! Tirado! Da! Conclusão! De! Um! Certo! Trabalho! Uf!

É necessário inovar! Reencontrar o espírito de equipa que faltou no século XXI! Progredir no tempo! Avançar! Refazer a passarola sem relembrar demasiado o Memorial do Convento! Explodir todos os pressupostos do passado e presente! Saltar para uma nova era de computação digital e mais além! Ultrapassar as limitações do ser humano e reunir numa só entidade o melhor do homem e da máquina! Expandir a civilização humana e não-humana até aos confins de todos os universos! Procurar a derradeira fonte do sentido da existência de tudo! Procurar aquilo que faz das estrelas estrelas e dos planetas planetas! Arruinar séculos de charlatanices e fanfarronices sobre como nunca progrediríamos! Arrasar toda a má reputação que acumulámos no passado! Ir e nunca mais voltar! Usar o virtual para ultrapassar os limites do real, e o real para ultrapassar os limites do virtual! Estabelecer a conexão entre todas as coisas de todos os universos de tudo o mais que os englobe! Unir toda a matéria e toda a energia numa só voz, num só poder, num só ser, e depois dividir tudo outra vez! Ser o que não se foi, o que não se é, e o que não se será!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Doces de família

Ontem fui a um restaurante em Constância. Lá, reparei numa coisa a que, creio, nunca tinha prestado muita atenção antes. Tratava-se de um dos doces: o comum "doce da avó". Fiquei intrigado. Por que carga de água é que só as avós faziam doces? (e não é a primeira vez que me pergunto isto).

Como é óbvio, fui ao Google descobrir a resposta, a qual, inesperadamente, não constava dos resultados. O melhor que encontrei foi esta história inventada (e, no meu entender, muito vaga). Porém, tive a curiosidade de ir pesquisar outros doces da forma "doce do(a) x", em que x é um grau de parentesco qualquer. Desta forma, confirmei a existência dos seguintes doces (cliquem nos nomes para ver a fonte):

(Alguns destes, porém, são receitas de arroz doce.)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Associações de Espantalhos

As associações de estudantes são uma coisa curiosa. Curiosa porque, por alturas de Outubro, fazem um espalhafato enorme com cartazes todos pimpados, os quais contêm uma enorme lista de promessas, maioritariamente relacionadas com actividades lúdicas e grandes apoios aos alunos (tipo arquivos de apontamentos) - visto que são o que mais "vende". Para além disso, contêm slogans estranhamente ambiciosos, do tipo "eh pá, vamos mudar tudo e fazer coisas altamente bacanas". Não obstante serem todas as listas bastante similares, uma delas acaba por ganhar.

Uma vez que isso aconteça, os cartazes ficam lá por mais umas semanas, depois desparecem, e nunca mais se ouve falar da AE. A não ser em dois momentos: na altura das viagens de finalistas e no final do ano - quando a AE organiza, regra geral, festas, jogos e mais festas. O resto das propostas, em particular aquelas que consistem em ajudar os alunos ou fazer coisas úteis, ficam esquecidas imediatamente após as eleições.

Dados estes factos, pergunto-me: por que raio se gasta tempo e dinheiro com campanha eleitoral e eleições para a AE se esta última não faz nada digno de nota?

Nota: aqui refiro-me às associações de estudantes do 7º-12º ano; quanto às suas equivalentes universitárias, não me pronuncio, pois não as conheço.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

É irónico que os crentes digam que foi Deus que os criou, quando, na realidade, eles é que criaram Deus.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Oxigénio

Apesar de eu não concordar minimamente com os comentários que os meus dois últimos posts receberam, tenho que admitir que têm uma qualidade. Dão que pensar. Porém, a única coisa que daí resulta é um reforço das conclusões a que já cheguei.

Os argumentos que apresentei até agora não foram, claramente, suficientes para refutar de uma vez por todas as teorias escolistas que os comentadores apresentaram, pelo menos aos olhos destes. Parto agora para o cerne da questão, de forma a iluminar os aspectos que, até agora, permanecem intocados pelos comentadores destes posts.

(...) anseias por um mundo sem regras, ou melhor, uma anarquia.

"O Teu Amigo Imaginário", 17 de Janeiro de 2010

Não, eu não anseio por um mundo sem regras. Não é essa a definição de anarquia e não foi o que eu disse em qualquer um dos posts. Aquilo que eu quero é um mundo sem coerção ou tirania (passe a redundância), em que as pessoas não se julguem no direito de impor a sua vontade aos outros.

De facto, a questão da liberdade é fundamental e dela resultam as duas posições antagonistas que surgem representadas neste blog. É o respeito pela liberdade das pessoas que me leva a defender a posição que defendo, não a "rebeldia" como a Dadinha afirma. Não sou capaz de aceitar uma instituição cujo único propósito é impor conhecimentos, doutrinas e socialização aos jovens. Mesmo que estas três coisas sejam boas (e admito que sejam), a coerção não o é, e isso faz toda a diferença. Ao ignorar este facto, os comentadores não vêem o cerne de todos os meus argumentos.

A liberdade é essencial. É o oxigénio da vida, e tal como morremos fisicamente se não respirarmos, a vida perde o sentido quando não temos liberdade. Assim sendo, respeitar o direito à vida implica, necessariamente, respeitar o direito à liberdade. E quando falo em direitos, não é num sentido legal, mas sim na acepção moral e fundamental da palavra, que transcende as normas de todas as sociedades.

Nem sequer se pode alegar que é necessário desrespeitar a liberdade dos jovens para que eles possam crescer; tudo o que se faz na escola pode ser feito fora dela, com um enorme acréscimo de liberdade, eficiência, e, sobretudo, felicidade - pois viver para aquilo que mais gostamos e que mais nos cativa é o que nos faz mais felizes, e isso não é possível se o nosso tempo estiver a ser usurpado por actividades que não nos interessam.

Afinal de contas, ser feliz é o que realmente interessa no meio disto tudo.

Alguém espatife a centralização

É esta parte que te escapa POR COMPLETO quando
descreves a escola. Muito mais que um lugar para
contribuir para estatísticas, é um centro de amizades.


Pensa nisto.

Dadinha, 17 de Janeiro de 2010

Assim fiz, e tenho tanto a dizer que não cabe num comentário.

Suponhamos que a escola deixava de existir. A acontecer isso (e focando-me na socialização dos jovens, que é o tema em discussão), poderia haver prejuízos, benefícios, ambos ou nenhuns, logicamente.

Que prejuízos à socialização poderiam advir do sumiço da escola? Tal como dito no comentário que citei, a escola, entre outros papéis, serve para concentrar um grande número de pessoas no mesmo espaço, fomentando a socialização.
Sendo assim, a questão é: será a escola insubstituível neste papel? Serão as alternativas capazes de o preencher tão bem quanto a escola?
A resposta à primeira pergunta é um não rotundo. Antes de a escola existir, as pessoas socializavam tal como o fazem hoje, sem terem que ser todas compactadas dentro do mesmo edifício. Hoje, o potencial para a socialização não-escolar é ainda maior que antigamente, devido a dois factores:

  • O aumento da densidade populacional significa que o número médio de pessoas na nossa vizinhança aumentou drasticamente. Existe um grande potencial de socialização numa única rua.
  • A Internet providencia-nos uma ligação quase instantânea a milhões de pessoas do mundo inteiro, a (quase) qualquer momento em que estejam acordadas. Há milhares de casos de pessoas que se conhecem e socializam através da Internet e que não se conheceriam sem ela por estarem a sabe-se lá quantos quilómetros de distância. Efectivamente, a rede alarga a nossa área de potencial socialização ao mundo inteiro (e a qualidade da ciber-socialização melhora na razão directa dos constantes avanços tecnológicos).

Há que ter em conta que estes meios "alternativos" de socialização estão muito subutilizados hoje em dia. Os jovens, tristemente, tendem a socializar muito mais na escola do que em qualquer outro sítio. O que significa que as alternativas seriam perfeitamente capazes de suportar os esforços de socialização das pessoas, caso a escola desaparecesse.

Todos estes factores, combinados, provam que a escola é um meio de socialização inteiramente supérfluo e substituível com um esforço mínimo.
Por si só, isto seria suficiente para refutar o argumento da Dadinha. Mas eu não me contento só com isto, obviamente...

Escola vs. socialização

É tão ou mais importante criar laços
com outras pessoas. Aprender a viver em sociedade.
Trabalhar em grupo. Ter amigos. Rir até doer a
barriga. Dançar. Dizer disparates. Ser feliz!

mesmo comentário de antes

O que a Dadinha diz neste comentário é bem verdade. As actividades que ela enumera são, de facto, benéficas para a saúde mental do ser humano. Ora, o argumento dela é o seguinte:

  • As ditas actividades são benéficas.
  • A escola potencia as ditas actividades.
  • Logo, a escola é benéfica.

A segunda premissa é falsa, terrivelmente falsa, de forma quase irónica. As actividades sociais têm todas uma coisa em comum: requrem tempo e boa disposição para se realizarem. Infelizmente, a escola está tão longe quanto possível de aumentar esses dois factores.
Juntamente com a carga de trabalhos que nos é exigida, a frequência das aulas rouba-nos uma quantidade atroz de tempo, o que significa que a escola, na verdade, estrangula a socialização. Como é que alguém pode socializar se tem "trabalhos" para fazer até ao pescoço?
Depois, devido à completa falta de pertinência e interesse dos ditos trabalhos, o nosso estado de humor tende a piorar quando os fazemos, o que degrada significativamente a qualidade da socialização.

Assim, conclui-se que, caso a escola desaparecesse, a socialização sairia grandemente beneficiada - e não prejudicada, como implica o comentário da Dadinha.

Resumindo e concluindo, a escola não só não beneficia a socialização, como, de facto, a prejudica. Todo o tempo que perdemos a "trabalhar" é tempo que podíamos ter passado a socializar.

Pelo precipício abaixo

Nos últimos dias, a conclusão que já tinha confirmada na minha cabeça consolidou-se ainda mais: a escola é perniciosa. Aliás, é mais do que perniciosa - é fundamentalmente maligna.

Aquilo que me pôs a pensar no assunto foi uma sequência de falas da minha professora de Matemática a respeito do tipo de exercícios que saíam nos exames. Isto levou-me à seguinte cadeia de pensamento:

  1. Os esforços da professora estão concentrados em subir as nossas notas nos exames.
  2. Logo, subir as nossas notas nos exames é a principal preocupação dela.
  3. Logo, o verdadeiro objectivo do trabalho escolar é passar nos exames.
  4. Logo, o verdadeiro objectivo do trabalho escolar não é aprender, como é afirmado pelos acólitos pró-escola.

Efectivamente, o foco de muito daquilo a que hoje se chama "pedagogia" é, na verdade, fazer os "alunos" (tenho algum nojo do termo, daí as aspas) passar em exames, cujo objectivo, por sua vez, é... é... é?

Nenhum. A passagem pelos exames não faz de ninguém uma pessoa diferente nem mais ou menos capaz. Não leva a lado nenhum; apenas cria essa ilusão, à qual são vulneráveis todos aqueles que acreditam no escolismo (religião dos já referidos acólitos).

Os quais constituem a

vasta

maioria da população.

É altura de encarar a verdade: a escola existe num vazio. Está totalmente desligada do resto da sociedade e não serve qualquer propósito útil. Todos os objectivos a que se propõe estão ligados a ela própria e todo o trabalho imposto às suas vítimas tem como únicos objectivos dar trabalho e contribuir para subir um conjunto de estatísticas numéricas, as quais não só são completamente irrelevantes como também não têm qualquer significado.

Temos que admitir: fomos bem enganados. Eu, tu, todos os que lêem este post, e todos os que não o lêem, fomos todos enganados de forma muito hábil e com as piores intenções. Pois uma instituição tão hedionda e que, claramente, trabalha para a sua própria sobrevivência (elaborarei sobre este tema depois) não pode ter sido uma criação acidental. Alguém concebeu este sistema e o tornou realidade, inteiramente consciente daquilo que estava a fazer.

O mesmo, porém, não se pode dizer dos professores e mesmo dos governantes de hoje. Tal como nós, jovens, eles também nasceram e vivem no engodo do escolismo. Cometem males terríveis, julgando honestamente que estão a fazer o bem. Pior (e isto demonstra o quão religioso é o escolismo), nenhuma forma de argumentação, boa ou má, consegue libertar as pessoas do engano; se se disser a um escolista que a escola é má, ele responde com perdigotos, brama que o interlocutor está louco, e faz orelhas moucas a todo e qualquer argumento que contrarie a sua posição. Não pode ver a luz, pois nasceu cego.

E a cegueira mental não tem cura.

Nota: Gostaria de frisar que esta opinião não é, de forma alguma, única ou inédita. Desde há algumas décadas atrás que existe um rol interminável de pessoas a defender o mesmo que eu. Pelo que sei, nada melhorou desde então.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Desabafos

Talvez não seja do conhecimento geral, mas eu, em tempos recentes ou nem por isso, estive um bocado em baixo. Isso, felizmente, acabou, devido a uma coisa que muito provavelmente não tem interesse nenhum para os leitores deste blog. Conseguir programar alguma coisa de jeito ajudou imenso o meu estado de espírito. Sei que ninguém aqui percebe muito de programação, mas comparem isto:

int main (int argc, char** argv) {
    for (int i = 0; i < argc; i++) {
        printf(argv[i]);
    }
}

a isto:

puts $*

É totalmente hilariante. Irei aprofundar este tema mais tarde, mas não agora (embora eu tenha uma vontade quase irreprimível de o fazer).

Antes, vou falar das coisas que ainda não estão bem. Elas andam presas na minha cabeça o tempo todo a dilacerar-me a consciência, e infelizmente, não tenho qualquer espécie de escape para elas (nem chorar consigo). Apesar de ter o cérebro a funcionar a mil à hora, não consigo passar as minhas frustrações para o "papel", pois não consigo formar frases coerentes e estou a pensar em demasiadas coisas ao mesmo tempo. Resultado: umas belas dores de cabeça.

Uma já vai.

Também ando com medo. Não medo da viagem de finalistas, que, tenho eu a certeza, correrá lindamente (mesmo que seja necessário fazer uma fortaleza à minha volta no quarto e recorrer a procedimentos estrambólicos para me fazer passar pelo check-in), mas do meu futuro não-assim-tão-longínquo-como-isso-mas-que-ainda-está-suficientemente-longe-para-me-irritar. Esse futuro, que, provavelmente, envolve coisas como ir estudar para uma universidade, pirar-me de casa dos meus pais, e conhecer pessoas que não aquelas que já conheço há 5 anos, tudo coisas boas, saliente-se, tem um pequeno grande (ou será pequeno e médio?) problema: não consigo prevê-lo. Até agora, o meu futuro tem sido muito previsível e seguro, porque é sempre mais do mesmo (leia-se escola). E, infelizmente, eu odeio esse "mesmo". Tem muito pouco de interessante e muito, mesmo muito, de inútil. É, em geral, um colossal desperdício de tempo. Felizmente, posso usar as minhas habilidades para poupar tempo em trabalhos da escola para ganhar algum tempo para respirar. Mas nem sempre consigo fazer isso, tendência que se manifestou com bastante severidade o ano passado, em resultado de eu desconstruir muito daquilo em que costumava acreditar.

Não importa que possa prever o que me vai acontecer, se o que me vai acontecer é mais da mesma coisa má. E, agora, embora se antevejam coisas boas, estou algo assustado por não conseguir prevê-las, o que é agravado pela minha tendência para tentar ver o futuro daqui a, por exemplo, 5 anos. Quem é que, aos 16 anos, o consegue fazer?

Enfim (suspiro imaginário). Vivamos com fé no futuro (mas não fé cega). Avancemos.

O terceiro e último problema que se mantém é algo que, curiosamente, não me aborreceu muito o ano passado, nem me tem aborrecido este ano. Mas continuo a achar que preciso de amar alguém com toda a força e isso não acontece hoje. Parece-me que será muito difícil encontrar a pessoa necessária para o tornar possível, visto que eu tenho requisitos ligeiramente idiossincráticos.
Mas, com paciência e algum esforço, chegarei lá com certeza. Há tempo.

E pronto, acho que não tenho mais nada a dizer. Desabafos concluídos.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Onde está o aquecimento global?

Como se não bastasse o escândalo do Climategate para pôr em causa a tese do aquecimento global, tem feito um frio de rachar nos últimos dias (embora este não seja o pior). É caso para perguntar se não estaremos na presença de um fenónemo de arrefecimento.
Embora a La Niña não esteja a provocar directamente este frio, é evidente que está por detrás deste estranho arrefecimento. Para ela ter esse nome, a La Niña deve ser excepcionalmente atraente. Imagino que ela tenha seduzido o aquecimento global, de forma que ele, agora apaixonado, não tem tempo para aquecer o planeta.
Oxalá o aquecimento global passe bem. Ele merece, afinal conseguiu prestar um susto dos diabos ao planeta inteiro.