sábado, 26 de junho de 2010

Planos de escrita

Neste momento, estou a escrever uma história de ficção e, como estou no princípio, tenho andado aflito para dar fio à meada. Isto porque a acção não está bem definida, e as personagens ainda menos. Em muitas das vezes que pegava na história, conseguia escrever menos de uma página.

De facto, começar uma história longa pode ser uma tarefa desencorajadora, de tão difícil que é. Especialmente quando o escritor é uma pessoa excepcionalmente indecisa e minuciosa. Em muitos casos, deparo-me com uma variedade de formas de continuar a acção e nenhuma me parece satisfatória, ou porque é demasiado inverosímil, ou porque contradiz aquilo que já aconteceu, ou porque simplesmente não soa bem. Este último problema ocorre-me mais frequentemente com certas frases; houve uma no capítulo 1 da minha nova história que demorou horas para escrever!

Agora, com dois capítulos acabados, tenho a tarefa mais facilitada, bem como algumas ideias sobre como fazer uma boa história. Penso que, ao contrário do que se poderia fazer, criar um plano logo ao princípio não ajuda, porque, durante a escrita, vão surgindo novas ideias que alteram o rumo da narrativa, exigindo constantes mudanças nos planos. Para além disso, uma história toda planeada desde o princípio tenderá a ficar insossa porque ficará demasiado coerente e previsível. Sem planeamento, a escrita imita a vida real, o que resulta em textos mais verosímeis.

Porém, planear um pequeno número de capítulos de uma vez tende a funcionar bem em alguns casos (eu próprio já o fiz), visto que aí há uma menor margem para divergências e é mais fácil definir pormenores daquilo que se vai fazer. Mas acho que esse planeamento funciona melhor quando já se escreveu um bom bocado da história e não se está a pensar num vácuo.

Pode ser que amanhã (bem, hoje) consiga escrever alguns parágrafos do capítulo 3.

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