quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Os bebés do ano

Acho piada a todas as reportagens que se fazem no fim/princípio de um ano, tanto as que enunciam os desastres e as peripécias (tipicamente, mais os desastres, como é habitual), como aquelas que vão a hospitais dar tempo de antena a bebés perfeitamente normais pelo simples facto de serem o primeiro ou último do ano. No último caso até nos dão informação sobre a altura e o peso do bebé, porque afinal de contas, este bebé é o Messias do nosso país e temos que garantir que cresce saudável.

Também é engraçada toda a fanfarra que se faz em volta da passagem de ano, com todos os foguetes e espectáculos (e às vezes bebedeira, se bem que isso não seja exclusivo a esta ocasião). Ou aquela estranha tradição de comer 12 passas à noite na esperança de que algum desejo da pessoa que as ingere seja realizado. Espero que hoje em dia ninguém acredite nisso, mas convém lembrar que há gente (maioritariamente crianças) que acredita no Pai Natal, por isso não digo nada.

Com tudo isto, não quero dizer que não seja divertido fazer este tipo de festa, nem que a passagem de ano seja uma má altura para a fazer, mas simplesmente que não tem significado nenhum, ao contrário do que aparenta. Em boa verdade, a cada instante, começa um novo segundo, um novo minuto, uma nova hora, um novo dia, um novo mês e um novo ano, bem como outro qualquer período de tempo que possa vir à cabeça de alguém.

No fundo, celebrar o ano novo é como viajar numa auto-estrada e parar na berma para festejar de cada vez que se faz dez quilómetros. Prefiro guardar as comemorações para quando há, de facto, motivo para comemorar.