4 + 5 = 10
e hoje, no teste de Métodos Estatísticos:
Arquimedes me perdoe.
e hoje, no teste de Métodos Estatísticos:
Arquimedes me perdoe.
Penso que finalmente consegui descobrir por que é que, apesar dos meus medos iniciais, consegui o absolutamente incrível feito de não me ter isolado por completo quando vim para aqui. Ora, parece-me que o factor principal são as primeiras impressões. Apesar de tudo aquilo que construí ao longo dos últimos 6 anos, todos os meus falhanços anteriores estão bem presentes nas mentes de quem me conhece há tanto tempo. Por outro lado, aqui ninguém me conhecia, pelo que tive uma nova oportunidade para deixar uma boa impressão logo ao princípio, o que aparentemente consegui, se calhar até bem demais (às vezes tenho medo de que me suba à cabeça). Também há que ter em conta que estou praticamente no meu "ambiente natural", o que explica por que é que me consigo dar com quase toda a gente (refiro-me a caloiros de Informática, claro, não a faculdade inteira, isso era impossível, mas impossível não existe porque eu provei-o quando vim para cá e fiz a espécie de brilharete em matéria de vida social que já se sabe, portanto nada de usar a palavra impossível, vamos antes usar o termo "não possível" que, embora signifique exactamente a mesma coisa, não é literalmente a mesma coisa, são strings diferentes). Só há uma coisa que me atrapalha: a falta de temas de conversa. Se os meus queridos colegas começam a discutir futebol, ou o jogo X, Y ou Z, ou uma variedade de outras coisas, kaput, como diria um dos meus (já) ex-professores*. Por outro lado, assim que se fala, por exemplo, de programação, eu começo a desdobrar-me. Tendo em conta o curso onde estou, isto até nem é tão mau quanto isso.
Agora, inté, e bom retorno.
* Eu já acabei o 1º semestre. Acho que nem todos ainda tiveram a mesma sorte.
Depois de um mês em que estive para falar do assunto, mas fiquei sempre parado a reflectir ou a fazer outras coisas, venho finalmente pronunciar-me sobre a praxe. Uma vez disse que era uma seca, mas mesmo assim sendo dá que pensar.
A primeira coisa que tenho a dizer é que a maior parte do que se faz na praxe não faz sentido: o tratamento dos caloiros como "burros" e o seu consequente rebaixamento (no que incluo tudo desde berrar-lhes a mandá-los fazer flexões. A sério, quem teve essa ideia devia ser assado no espeto, e eu sou piamente contra a pena de morte), as brincadeiras parvas e músicas tão carregadas de asneiras que se passassem na TV seriam reduzidas a "piiiiiiiiiiiii", a necessidade quase constante de picar outros cursos, e a aparente filosofia da parte de alguns doutores de que os caloiros têm mas é que aguentar com tudo e mais alguma coisa, mesmo que fiquem, sei lá, estou aqui a tirar um exemplo sem conexão nenhuma à realidade, cheios de fome.
Convém, porém, dizer já que a praxe na FEUP (na FEUP, porque em certos sítios mais a sul a coisa está bem mais negra do que o que eu descrevi), não é tão má quanto parecerá pelo parágrafo anterior. Vi algumas actividades razoavelmente interessantes desenvolverem-se e participei em várias. Creio que o espírito da praxe aqui é promover o espírito de união entre os caloiros, se bem que de uma forma bastante perversa. Pelo que vejo à minha volta, está a cumprir o seu objectivo. Mesmo a mim deve ter ajudado alguma coisa, nem que seja de forma indirecta.
O principal problema que eu tenho com a praxe não é o espírito que lhe está subjacente. O problema está na forma como esse espírito tem vindo a ser expresso, e que, lamentavelmente, tem vindo a ser mantida por gerações de estudantes, aparentemente apenas por se tratar de uma tradição. Das duas uma, ou a praxe como a conhecemos preserva-se unicamente por ser tradição, o que é absurdo, ou ninguém ao longo dos anos conseguiu inventar uma maneira melhor de integrar os caloiros na vida académica do que humilhá-los e "torturá-los" psicologicamente, o que é perturbador.
Claro, sempre houve pessoas a criticar a praxe, hoje mais do que nunca, mas o seu impacto tem sido muito reduzido. A praxe parece ser muito mais resistente aos efeitos do tempo do que a maioria dos ritos de iniciação, que já caíram em desuso ou estão lá perto. Não consigo entender o motivo disso... Há assim tantos caloiros que gostam tanto da praxe que ficam com vontade de praxar outros? Já ouvi colegas meus a dizer que sim, que querem praxar quando chegarem ao 2º ano. Tenho que lhes perguntar o que lhes anda a passar pela cabeça um dia destes. Se alguém ler isto e me conseguir esclarecer, agradeço.
Posto isto, digo o seguinte: quem é anti-praxe nunca tendo nela participado é estúpido. É perfeitamente aceitável criticá-la, e há muitos motivos para o fazer, mas não se deve criticar sem ter uma opinião informada sobre o assunto. Informações de segunda ou terceira mão não chegam, e mesmo de primeira podem não ser muito fiáveis porque os gostos variam de pessoa para pessoa. A única forma de saber se realmente se gosta da praxe ou não é indo.
Essencialmente, o que eu penso é que a praxe precisa de mudar para algo bastante diferente. Uma vez, alguém disse que a praxe é feita de momentos*. Devia era ser assim desde o princípio e não depois de um mês de rídiculo. Se isso acontecesse e os estudantes se desapegassem da hierarquia podre da praxe, haveria muito menos gente a fazer-lhe oposição pelo simples motivo de que não haveria quase nada a criticar.
Quero frisar que esta é apenas a minha opinião. Há quem concorde com ela e quem discorde. Quem quer ir à praxe é livre de ir e quem quiser praxar é livre de praxar quem quiser ser praxado. Eu, pessoalmente, vou manter-me neutro. Não trajarei nem praxarei no próximo ano. Já não vou à praxe desde o baptismo, principalmente porque já me cansei dela (apesar de agora se ter tornado mais interessante). Pela parte que me toca, a praxe acabou.
A não ser claro, que eu resolva reaparecer temporariamente na Queima ;)
* Defino momentos como actividades que possuam um valor lúdico e/ou instrutivo e que não sejam um completo disparate nem tenham como objectivo rebaixar os caloiros.
espreguiça-se e olha pela janela por onde entra o solzinho de manhã
Ah, espera, agora já não há solzinho de manhã, pelo menos para quem se levanta às 6:45 para ir para a faculdade. Pois é, apesar de certas previsões imaginárias, eu entrei no estabelecimento de ensino superior e no curso que queria. Nada bate Informática na FEUP. Ponto. Os de Direito e de Medicina que não venham cá com coisas. Quando têm algum tipo de necessidade informática é a nós que recorrem :P.
Voltando ao assunto, nada bate Informática na FEUP. Por enquanto ainda estou a levar principalmente com uma dose saudável de matemática avançada: integrais, aproximações polinomiais, matrizes, teoria de conjuntos, etc., e é só o princípio. Também tenho uma cadeira em que andámos a estudar circuitos até agora e outra de programação que é facílima mas poderia ser mais interessante (culpa minha, quem é que me mandou andar a aprender programação por conta própria no último ano). Claro, como a Duda diz, mas vocês são engenheiros!, mas quer-me parecer que isso é bom. Não temos tanto trabalho estafante como vocês :D
Quanto ao curso, é tudo. Tudo está a correr quase exactamente como o previsto, ou seja, bem. O grau de dificuldade subiu um bocado, só isso (segundo fontes fidedignas, isto não se aplica a certos cursos, mas aqui eu estou a falar do meu, portanto a quem está a ter que marrar que nem doido, as minhas desculpas se vos ofendi, não era tal a minha intenção, apenas almejava transmitir o meu optimismo, talvez prematuro, em relação à minha futura capacidade de compreender os tópicos tratados no meu curso).
Aquilo de que tinha mais receio, quando cheguei aqui, era de que não me conseguisse orientar e ficasse completamente sozinho, o que seria muito mau tendo em conta que não trouxe comigo nenhum dos meus amigos (de todas as pessoas que conheço no Porto só 2 é que já conhecia antes de cá vir). Felizmente, consegui pôr a bola a rolar bem cedo e, embora não estejam propriamente a chover amigos aqui, já consegui fazer alguns. Suspeito que desta vez esse grupo vai expandir-se bem mais do que o que se expandiu há 6 anos atrás. Faz sentido, visto que a minha capacidade de socialização melhorou assim só um bocadinho nesse período de tempo; para além disso, os meus conhecimentos de programação têm dado uma ajudinha a atrair atenções bem desejáveis. Também não deixo escapar quase nenhuma oportunidade para sair com colegas. Para quê ficar em casa a apanhar pó em vez de passar um bom bocado acompanhado lá fora? (isto sou eu a falar? ena, obrigado ex-colegas) Já vou ao cinema com eles e tudo! Roma não foi construída num dia, mas em três meses penso que dá para concluir a obra (não sei bem, tenho que perguntar aos meus colegas de Civil).
(Da praxe falarei depois em mais pormenor, mas vou dizer o seguinte: a próxima vez que vier à praxe, se vier, será na altura da Queima. Já me fartei de fazer de burro.)
Vá, grilo, sai daqui! O teu efeito teatral de indicar o despovoamento deste espaço virtual perdeu o sentido! Pisga-te! Raios, não me faças matar-te! Não quero ouvir mais esse cri, cri! Oh, esquece, foi atropelado pelo meu pé. RIP.