quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Só mais um bocadinho!

Era uma vez um gnomo que estava a ir para o trabalho quando encontrou um enorme monte de areia no caminho.

- Desaparece! - berrou o gnomo.

- Querias! - respondeu o monte.

E foi então que o gnomo teve uma ideia.

- Vá lá... Encolhe só um bocadinho...

- Está bem...

E o monte encolheu um pouco.

- Por favor... encolhe... só mais um bocadinho... eu continuo a não conseguir passar...

- Está bem...

E o monte voltou a encolher. E o gnomo continuou a fazer isto, e o monte sempre aceitava, porque, afinal de contas, só um bocadinho não fazia diferença. Ou assim pensava, porque, alguns minutos depois, de tanto encolher, bocadinho a bocadinho, acabou por desaparecer.

E o gnomo continuou o seu caminho para o trabalho.

Um universo alternativo

O rapaz continua a sua caminhada pelo passeio.

Está sozinho. Sempre esteve. Enquanto caminha, olha à sua volta, principalmente para as casas e os edifícios. Porque as pessoas não lhe interessavam quase nada. Para ele, elas só lhe complicavam a vida, só se metiam no caminho. Por isso, não tinha amigos.

Ele não ia a festas. Uma vez fora, mas aborreceu-se porque, sozinho, não valia a pena. Sem ser as aulas e quando saía com os pais, ficava em casa.

Parece uma vida muito aborrecida, mas para ele, não o era mais do que a de outra pessoa qualquer. Entretinha-se a imaginar novos propósitos para o que via à sua volta, a escolher um novo contexto para eles. Sozinho.

Ele chegou a casa. Diz boa tarde aos pais. Depois vai lanchar. Depois vai fazer os trabalhos de casa.

E depois vai divertir-se sozinho.

E é assim que são todos os dias da vida do rapaz.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mais propostas para o novo acordo ortográfico

Este post complementa o post "Propostas para o novo acordo ortográfico" (in Este Blog é meu.), a leitura do qual recomendo vivamente.


DISK

Indica o que se diz

Ex.: Disk o preço do petróleo desceu.


KEY

O sítio onde se está

Ex.: Vem já key!


HOLY

Um sítio a ser indicado pela pessoa que fala

Ex: Podes procurar key holy.


SONO

Expressão de exclusividade

Ex: Preços baixos sono Modelo!!!


DEITY

Conjugação pronominal do verbo dar

Ex: No Natal deity um livro.


POD

Verbo que significa possiblidade

Ex: Ele pod andar de bicicleta


TWO

Pronome pessoal

Ex: Two divertiste-te muito ontem.


ORANGE

Presente do conjuntivo do verbo arranjar

Ex: Ele que me orange uma secretária.


FISH

Significa "é muita bom"

Ex: Essa foto é muita fish, meu!


VICE

Conjungação pronominal reflexa do verbo 

Ex: No Verão vice à praia.


ANTS

Almas de pessoas mortas

Ex: Sinto a falta dos meus ants queridos

Isto é que é concorrência!

Ontem fui com os meus pais e a minha irmã lavar os nossos dois carros. Quando chegámos a estação de lavagem, a primeira coisa que fizemos foi aspirar os carros. Fomos a um sítio onde havia dois aspiradores juntos, para aspirar os carros ao mesmo tempo.
E foi então que eu reparei num pormenor. Um dos aspiradores cobrava 2 euros por 7 minutos de uso. O aspirador ao lado cobrava 1 euro pelos mesmos 7 minutos. Engraçado, parece-me. Isto é que é concorrência. Só falta, quando for ao supermercado, ver algum produto a um qualquer preço e depois ver o mesmo produto, mesmo ao lado, na mesma prateleira do mesmo supermercado, a metade do preço. Se os portugueses quiserem poupar, acho que, a partir de agora, vão ter que ter muita atenção a todas as ocorrências do que querem comprar.

sábado, 2 de agosto de 2008

Estranhezas de uma semana de férias

Quando se vai de férias, vêem-se coisas interessantes. Eu voltei ontem de uma semana de férias. Ir ao mar e apanhar sol não tem nada de especial, por isso não vou falar disso aqui. Eu vou mas é falar das coisas estranhas ou simplesmente engraçadas que vi (e também um bocado das minhas opiniões, se não se importarem), tanto durante as ditas férias como na viagem de regresso. Que são quatro (por enquanto):

#1: O inferno é já ali à frente

A água do mar, bem, pode-se dizer que tem uma tendência alarmante para ser gelada. Nas profundezas do inferno, há, supostamente, um sítio gelado onde põem os traidores e acho que até o próprio Satanás (segundo a Divina Comédia). Bem, para lá chegar, basta entrar no mar. É mesmo frio. Mas depois também fica melhor. Digamos que se trata de uma breve visitinha.

#2: O fim de Portugal é um fim ventoso

Eu estive na Ponta de Sagres, o fim de Portugal, e aquilo é ventoso que se farta. Por isso, quando uma ventania enorme assolar o país, já sabem que Portugal vai acabar (Faz sentido, Portugal, pobre como é, há-de ser levado pelo vento). Oxalá os portugueses sobrevivam.

#3: A sobremesa que custa 240 euros

Depois fui almoçar num restaurante. E quando vi as sobremesas, bem, no menu estava uma chamada “Tentação de 3 Chocolates”, e por baixo estava o preço: 240€. 80 euros por cada chocolate, sem contar com a tentação... imagino a qualidade desses chocolates... de onde terão vindo? Por outro lado, esses chocolates provavelmente não são nada de especial – a tentação, sendo um pecado, presumivelmente sai cara ao tentado. Se calhar até é isso, quem sabe?

Nos outros menus dizia que essa sobremesa custava 2.40€, preço que pura & simplesmente não existe. Se calhar, quando iam a escrever a vírgula, puseram a caneta no papel e esqueceram-se de continuar o traço. (Só espero que, em vez disso, não se tenham esquecido de um zero no final do número.) Seja como for, o que vinha nos outros menus não é para aqui chamado, uma vez que é do meu menu que estou a falar. Enfim, avancemos, que este tema se está a tornar cansativo.

#4: A caixa registadora que é vidente

Mais tarde, já durante a viagem de regresso, parámos numa estação de serviço, onde eu bebi um sumo de maçã. Ora bem, o que sucedeu foi o seguinte: quando vi a conta, dizia lá que o sumo era de laranja. E, para mais, na conta figurava a data de 2 de Agosto de 2008 (lembro-vos, caros leitores, de que isto aconteceu ontem). O mais curioso é que hoje bebi, de facto, sumo de laranja. Se calhar, o melhor é voltar a essa estação de serviço para ver se descubro como é que uma caixa registadora faz para prever o futuro.

 

E é isto que eu quero dizer (por agora!)