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terça-feira, 20 de abril de 2010

Anos

Recentemente estive a pensar (como habitualmente) e reparei num aspecto muito curioso da maneira como as pessoas costumam organizar o tempo. Este aspecto consiste na divisão do tempo numa variedade de "anos", cada um com uma definição diferente e variável, tipicamente ligada a uma qualquer instituição. Há o ano civil (o único que dura mesmo um ano), o ano lectivo, o ano fiscal, o ano judicial, e provavelmente muitos mais. Ora, o interessante é que todos estes períodos de tempo não estão alinhados uns com os outros, nem (à excepção do primeiro), duram 365 dias.

Na minha opinião, isto é idiota e só serve para complicar. Se tudo estivesse alinhado com o ano civil, haveria uma correspondência directa entre este e todos os outros. Logo, quando alguém falasse num determinado ano, seria sempre claro do que é que está a falar. Tal não é o caso agora. Quando me dizem "o ano passado", referem-se a quê? A 2009? Ao ano lectivo de 2008/2009? A outra coisa qualquer?

Aliás, inicialmente, eu tinha escrito, por engano, "ano lectivo de 2009/2010", o que só demonstra ainda mais o potencial para confusão.

Que eu saiba, a língua serve para as pessoas se entenderem.

(Sim, este post talvez seja estúpido.)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Texto! Tirado! Da! Conclusão! De! Um! Certo! Trabalho! Uf!

É necessário inovar! Reencontrar o espírito de equipa que faltou no século XXI! Progredir no tempo! Avançar! Refazer a passarola sem relembrar demasiado o Memorial do Convento! Explodir todos os pressupostos do passado e presente! Saltar para uma nova era de computação digital e mais além! Ultrapassar as limitações do ser humano e reunir numa só entidade o melhor do homem e da máquina! Expandir a civilização humana e não-humana até aos confins de todos os universos! Procurar a derradeira fonte do sentido da existência de tudo! Procurar aquilo que faz das estrelas estrelas e dos planetas planetas! Arruinar séculos de charlatanices e fanfarronices sobre como nunca progrediríamos! Arrasar toda a má reputação que acumulámos no passado! Ir e nunca mais voltar! Usar o virtual para ultrapassar os limites do real, e o real para ultrapassar os limites do virtual! Estabelecer a conexão entre todas as coisas de todos os universos de tudo o mais que os englobe! Unir toda a matéria e toda a energia numa só voz, num só poder, num só ser, e depois dividir tudo outra vez! Ser o que não se foi, o que não se é, e o que não se será!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

É irónico que os crentes digam que foi Deus que os criou, quando, na realidade, eles é que criaram Deus.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Oxigénio

Apesar de eu não concordar minimamente com os comentários que os meus dois últimos posts receberam, tenho que admitir que têm uma qualidade. Dão que pensar. Porém, a única coisa que daí resulta é um reforço das conclusões a que já cheguei.

Os argumentos que apresentei até agora não foram, claramente, suficientes para refutar de uma vez por todas as teorias escolistas que os comentadores apresentaram, pelo menos aos olhos destes. Parto agora para o cerne da questão, de forma a iluminar os aspectos que, até agora, permanecem intocados pelos comentadores destes posts.

(...) anseias por um mundo sem regras, ou melhor, uma anarquia.

"O Teu Amigo Imaginário", 17 de Janeiro de 2010

Não, eu não anseio por um mundo sem regras. Não é essa a definição de anarquia e não foi o que eu disse em qualquer um dos posts. Aquilo que eu quero é um mundo sem coerção ou tirania (passe a redundância), em que as pessoas não se julguem no direito de impor a sua vontade aos outros.

De facto, a questão da liberdade é fundamental e dela resultam as duas posições antagonistas que surgem representadas neste blog. É o respeito pela liberdade das pessoas que me leva a defender a posição que defendo, não a "rebeldia" como a Dadinha afirma. Não sou capaz de aceitar uma instituição cujo único propósito é impor conhecimentos, doutrinas e socialização aos jovens. Mesmo que estas três coisas sejam boas (e admito que sejam), a coerção não o é, e isso faz toda a diferença. Ao ignorar este facto, os comentadores não vêem o cerne de todos os meus argumentos.

A liberdade é essencial. É o oxigénio da vida, e tal como morremos fisicamente se não respirarmos, a vida perde o sentido quando não temos liberdade. Assim sendo, respeitar o direito à vida implica, necessariamente, respeitar o direito à liberdade. E quando falo em direitos, não é num sentido legal, mas sim na acepção moral e fundamental da palavra, que transcende as normas de todas as sociedades.

Nem sequer se pode alegar que é necessário desrespeitar a liberdade dos jovens para que eles possam crescer; tudo o que se faz na escola pode ser feito fora dela, com um enorme acréscimo de liberdade, eficiência, e, sobretudo, felicidade - pois viver para aquilo que mais gostamos e que mais nos cativa é o que nos faz mais felizes, e isso não é possível se o nosso tempo estiver a ser usurpado por actividades que não nos interessam.

Afinal de contas, ser feliz é o que realmente interessa no meio disto tudo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Premissa 1: um sistema imunitário fraco leva a que tenhamos maior probabilidade de morrer de gripe A.
Premissa 2: o uso frequente de álcool para lavar as mãos enfraquece o sistema imunitário.
Premissa 3: as autoridades de saúde recomendam o uso frequente de álcool para lavar as mãos.

Conclusão: as autoridades de saúde querem que nós morramos de gripe A.

Eu sabia que tinha que haver alguma teoria da conspiração sobre a gripe.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Um textozeco sobre valores

Sem dúvida, pelo menos, a mim me parece, os valores morais e epistemológicos (relativos ao conhecimento) são universais. Mas os valores estéticos? Os valores religiosos? Parecem-me ser subjectivos. A pergunta é: porquê esta diferença?

Para mim, a resposta é simples: os valores são universais quando dizem respeito a algo que é comum a toda a gente, a todas as pessoas, a todo o universo. Por exemplo, a moral diz respeito à humanidade; se esta é característica de todo e qualquer ser humano, então é universal. O mesmo se aplica ao conhecimento: sendo objectivo, é o mesmo para todos, mesmo que não seja igualmente conhecido por cada pessoa. Daí se segue que é também universal.

Por outro lado, os valores estéticos dependem claramente do gosto de cada um, das preferências que cada um tem, bem como da cultura em que as pessoas estão inseridas (aqui aplica-se também o relativismo cultural): são, assim, subjectivos ou relativos, pois não há gostos universais, que valham para todas as pessoas. O mesmo acontece com os valores religiosos - as crenças teológicas (relativas a deuses) variam por todo o mundo; não existem meios a priori ou a posteriori que permitam conhecer a existência e a natureza dos deuses. Logo, os valores religiosos são subjectivos.

Assim, concluo que tanto o subjectivismo como o objectivismo e até o relativismo cultural têm um pouco de razão, e que quem defender apenas uma destas teorias pode apenas fazê-lo relativamente a determinados tipos de valores, e não à valoração como um todo.