sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A morte da bezerra

Como todos sabem, a morte da bezerra é muito conhecida - e, pelos vistos, objecto de intriga. Quantas vezes não ouvimos uma pessoa dizer a outra "Estás a pensar na morte da bezerra."? É o que a experiência me diz, e (aqui vai um niquito de filosofia) também era ela que falava a Espinosa.
Considerando que o determinismo radical (vocês sabem, aquele que diz que as nossas acções estão totalmente e irrevocavelmente determinadas, blá, blá, blá,...) é falso, e que era defendido por Espinosa, penso que a morte da bezerra não é motivo para alarme. Com toda a certeza, devem existir milhões de bezerras, se morrem assim tantas. Aliás, se qualquer pessoa em qualquer momento pode pensar na morte da bezerra, então, teoricamente, existe um número infinito de bezerras. Onde elas estão todas alojadas, já é outra questão. A minha teoria é que existe algures uma espécie de buraco negro ao contrário, que expele uma ou mais bezerras sempre que outra morre. Pelo contrário, se eu estiver errado e, de facto, as bezerras nascerem a um ritmo mais lento que aquele a que elas morrem, então estamos em sarilhos. Quando acabarem as bezerras, o que é que vamos dizer a uma pessoa muito pensativa? Que está a pensar na morte do bezerro? E quando os bezerros acabarem? Que está a pensar na morte da galinha? E quando as galinhas acabarem? E por aí fora, até não haver mais nada para destruir senão nós mesmos.
Assim, concluo que devemos abandonar urgentemente o uso da expressão "morte de qualquer coisa" para designar o pensamento profundo. É extremamente perigoso. Aliás, até tenho uma sugestão para uma substituta. Que tal dizer "Estás a pensar no parto da bezerra? Pára já com isso! Coitada da mãe, não sabes o que ela sofre.". Assim, sim.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu deus... no coments... BRUTAL... :P

Anónimo disse...

hahah

continuo a sentir um ar a "eduardice"..
hahah


É mesmo isso pimpas!
5*