quarta-feira, 23 de julho de 2008

O que conta na escada da vida

Subir a escada da vida
é algo que todos nós fazemos
mas será que fazemos bem?

Quando tentamos subir
será que olhamos para nós
para vermos se somos dignos de atingir o topo?

E quantos de nós olham para os outros
e dizem que eles jamais chegarão ao topo
porque lá atrás no tempo deram uns tropeções.

Como é deprimente que todos esses são demasiado ignorantes
para saber que estão errados...

É que para sermos dignos de chegar ao topo
não conta onde fomos nem onde estamos
mas sim para onde queremos ir.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A tempestade que cega

Hoje tento ver pela janela
mas lá fora só há chuva e trovoada
por isso não consigo ver nada
e aqui dentro é a mesma coisa

Aqui no meu quarto grassa a intempérie
e é essa intempérie que me obstrui a visão
com ela pela frente nem as minhas mãos posso ver
quanto mais as mãos dos que estão lá fora

Preciso de uma arma que cale a tempestade
uma bomba, um machado, um tridente, qualquer coisa
porque enquanto as nuvens daqui não forem embora
não poderei ver o sol que brilha lá fora

sábado, 19 de julho de 2008

Querida, tenho uma plantação de salsichas

Como todos sabem, o Verão é a época das salsichas.
Isto acontece porque, no Verão, devido à grande intensidade da luz solar, o pão tende a aquecer mais. Ora, o pão quente emite feromonas que provocam uma atracção irresistível nas salsichas que, nesta altura, pendem dos ramos das salsicheiras.

As salsicheiras são plantas carnívoras que comem, principalmente, bovinos. Durante a digestão, o animal passa por tubos digestivos com arestas cortantes que cortam a carne em forma cilíndrica. Devido aos movimentos regulares do caule das salsicheiras, vão-se formando cilindros separados de carne, que são as salsichas. Também devido a esses movimentos, mais tarde, as pontas das salsichas perdem carne e ficam, assim, arredondadas. Por fim, saem por tubos finos até aos ramos da salsicheira.
As salsicheiras têm penas amarelas-alaranjadas, pequenos dentes brancos, caule expansível, e pequenos ramos com suportes para salsichas. Cheiram a cenouras podres misturadas com couves. Aqui está uma fotografia de uma salsicheira.


As salsicheiras não são perigosas para o ser humano (o que é óbvio, porque senão os agricultores não poderiam tirar as salsichas dos ramos. Porém, estas plantas apreciam o sabor das unhas humanas, por isso, nunca se deve, em qualquer circunstância, colocar as mãos ou os pés dentro da boca de uma salsicheira. Ela arrancará as unhas, comê-las-á e os seus pedaços serão incluídos nas salsichas produzidas logo a seguir.
Ainda, há a considerar que existem dois tipos de salsicheiras. Um é o que foi agora descrito. O outro tem a mesma aparência e o mesmo comportamento, mas tem glândulas venenosas nos tubos digestivos, o que faz com que as salsichas destas plantas sejam extremamente venenosas. Porém, elas não representam um risco, pois o veneno torna estas salsichas azuis, o que permite a sua imediata identificação e destruição.
Além disso, por vezes, o cérebro dos animais entra nos tubos digestivos das salsicheiras, o que faz com que estas produzam salsichas total ou parcialmente constituídas por miolos bovinos. Estas têm, em 99,999999% dos casos, uma cor cizenta.

Voltando àquilo de que estava a falar. As salsichas, ao absorverem as feromonas, emitem radiação microondas que provoca alterações psiconeurológicas no cérebro dos agricultores. Isto faz com que eles sintam uma vontade irresistível de enlatar as salsichas e vendê-las a fabricantes de cachorros. Estes, por seu turno, também sofrem a influência da radiação das salsichas, que os obriga a colocar as salsichas dentro de pães cortados. No momento em que ambos se tocam, forma-se uma semente microscópica que, ao aterrar em terra fértil, com água e luz, dará origem a uma nova salsicheira, que viverá, em média, 97 anos. Porém, só as salsicheiras de estufa é que vivem esse tempo todo; as bravas vivem, em média, 5 anos, uma vez que são alérgicas ao vento acima de 36 km/h.



Bem, espero que isto não tenha sido uma grande seca. Sei que é um monte de disparates, mas, de momento foi o que a minha imaginação forneceu. E não se preocupem, que eu já tenho tema para o post de amanhã.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A prova de que 2+2=5

Se esta conta:

2,4 + 2,4 = 4,8

está certa, então arredondando os números,

2 + 2 = 5

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ceptro Inglês

Hoje apresento esta magnífica, incrível, assombrosa, escaldante, fabulosa e GRANDIOSA obra de arte: Ceptro Inglês. Não é conhecido o seu autor, pelo que não vou, naturalmente, dizer qual é.

Bem, falando da obra em si, começarei por realçar o facto de estar apontada direitinha para cima. Ora, esta orientação concerteza vos mostrará que a coisa que o pintor representou nesta incrivelmente magnífica obra é um objecto de poder e de glória. Não é isso que o apontar para cima significa?

O cabo desta obra de arte está pintado de cor-de-laranja, A cor do fogo (o amarelo, o vermelho e as outras todas não contam porque eu não quero). Logo mostra um grande poder ou uma grande força ou lá o que o simbolismo do fogo é.

Depois há a parte de cima, que consiste primariamente de algo que se assemelha a uma “garra”. Ora, uma “garra” leva-me a pensar no quê? Só pode ser uma coisa... Agarrar! Até porque é feita de metal... o metal não tem a ver qualquer coisa com a dureza ou com a firmeza ou lá o que é? Pois é! Com esta obra de arte podemos agarrar as coisas, ou seja, parece-me que podemos controlar tudo! SIM! Agora percebe-se porque é que este treco vale 300 milhões de euros! Com ele QUALQUER UM pode governar o mundo! Isto abre possibilidades sem precedentes para o mundo inteiro! Já estou com pele de galinha só de pensar nisto...

E há a elegância das curvas desta obra. Observem bem como o topo da obra se curva maravilhosamente e se inverte para ficar paralelo à outra metade da Garra.

Enfim, sobre esta obra de arte há apenas a dizer o seguinte: é incrível. Mostra mesmo a invencibilidade do intelecto humano. Sim, é intelecto que se escreve.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Perdido no meio da névoa branca

Estou perdido no meio da névoa branca

sem bússola para saber o caminho

nem mapa para me dizer onde fui parar.


Desde que veio a névoa fiquei aqui

não andei em nenhuma direcção

pois não sei o que há a minha volta

e não quero cair duma ribanceira abaixo.

(nunca se sabe se existem aqui)


Aqui não se vêem árvores,

nem pássaros,

nem o Sol,

nem a Lua,

nem os planetas,

nem as estrelas,

nem sequer o chão;

não se avista pessoas,

nem seja o que for que mexa.


Estou perdido neste sítio

e não há Deus que me salve

e não há destino em que possa confiar

e não há uma luz que fure o nevoeiro.


Estou perdido no meio da névoa branca

sem bússola para saber o caminho

mas na situação em que estou

duvido que sequer haja um caminho.


Resta-me esperar...


Estou perdido no meio da névoa branca

sem bússola para saber o caminho

à espera de alguém que me encontre

e me mostre o caminho.

(isto supondo que esse alguém existe...)


Suponhamos então...


Estou perdido no meio da névoa branca

sem bússola para saber o caminho

nem mapa para me dizer onde fui parar

mas ficava satisfeito se me trouxessem

uma manta para não apanhar frio

e um tapete voador para sair daqui.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

#254

Era uma vez
um grupo de senhores
que há muitos, muitos anos
se reuniu num belo palácio
e, julgando-se os maiores bruxos do mundo,
proclamaram ter o poder de alterar a língua.

E então, muitos anos depois,
os pretensos bruxos resolveram levar a cabo
o seu louco plano.
Assim, o rei de Portugal
reuniu com a alta nobreza
e do desejo dos senhores se fez lei.

Desde essa altura,
o correcto passou a ser incorrecto;
a leccionação enfraqueceu;
a verdade tornou-se vestimenta;
entre ir e parar não há diferença.
A mini-saia perdeu a costura,
a auto-estrada perdeu os traços,
horário passou a ser lugar de reza.

E a bela língua que outrora reinara
foi transformada num sapo.
Agora, ela aguarda que chegue o príncipe encantado
que a beijará
e lhe permitirá
derrubar o tirano que ocupou o trono
e reinar como legítima rainha.