domingo, 5 de junho de 2011

FMI, je t'aime

Finalmente, depois de seis anos de (maioritariamente) asneiradas, José Sócrates, primeiro-bobo ministro deste canto da Europa, vai perder as eleições - tecnicamente, ele "ganhou" as de 2009, embora com maioria relativa, o que acabou por lixá-lo quando toda a oposição se juntou para chumbar o novo e melhorado PEC 4. Não tendo coragem para continuar, demitiu-se. É de facto um acto algo cobarde, mas os portugueses agradecem, creio.

Neste momento, a crer nas sondagens, o PSD vai ganhar as eleições com maioria relativa. Embora ache que a cena política portuguesa poderia estar mais equilibrada (se bem que eu pouco percebo do assunto), fico satisfeito por ver que já não há maioria absoluta para ninguém. Assim o partido vencedor não pode fazer simplesmente o que lhe dá na real gana, o que, está mais que provado, é altamente prejudicial para o país.

Não segui com atenção a campanha, mas hoje li no jornal que o Louçã apelidou o PS, PSD e CDS de "troika-tintas". A designação é acertada, visto que, nas actuais circunstâncias, estes três partidos pouco não são do que "uma coligação de fiscais do FMI", também nas sábias palavras do líder do Bloco de Esquerda. Embora seja lamentável que tenha sido preciso um pacto com o diabo FMI para salvar o país, há que ter em conta que o FMI tem, provavelmente, mais competência para governar Portugal do que a maioria dos políticos portugueses. Entre Sócrates e o FMI, prefiro definitivamente o FMI.

Ainda assim, tendo dito isto, há que ter em conta que Pedro Passos Coelho, que eu me lembre, nunca governou este país. Apesar de ser difícil fiar-me em políticos de qualquer estirpe, vou dar-lhe o benefício da dúvida; pode ser que desta vez nos saia alguma coisa de jeito. Portanto, não lancemos ovos antes da festa.

Sinceramente, não faço ideia em quem haveria de votar, se tivesse idade para tal. Possivelmente votaria em branco. Simplesmente não sou capaz de me fiar muito em qualquer um dos partidos. Embora, claro, espere que o partido que ganhar as eleições faça um bom trabalho (para variar) e bom uso da ajuda externa que Portugal vai receber nos próximos anos.

Todos nós sabemos que bem é preciso.

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