Existe, na escola, uma disciplina que nos ensina que a vida raramente é
rectilínea. Que, em certos
pontos da vida, precisamos de fazer uma
mudança de planos, de nos
projectarmos noutra
direcção, pois o
plano que temos não resulta. Temos, muitas vezes, que passar obstáculos, e aí é essencial não nos atirarmos de forma aleatória, descuidada,
oblíquos aos problemas, bem como termos
abertura de espírito, um bom
ângulo de visão, para podermos avaliar situações alternativas, ver as coisas de outra
perspectiva.
É necessário ir assumindo várias atitudes, conforme as situações. Umas vezes é imprescindível ser-se
frontal e dizer logo a verdade. Outras, é necessário ser-se rasteiro, esquivo, andar pelas fendas
horizontais das paredes, quando todos os
quadrantes nos perseguem, de maneira a mantermo-nos
afastados deles tanto tempo quanto possível. Aí, também precisamos de saber
rebater corajosamente todas as tentativas dos outros para nos deitar abaixo e
interromper para sempre o nosso progresso.
Quando chega a
altura de subir a montanha da vida, são necessárias muitas precauções. Nunca se deve tentar subir logo na
vertical, devemos antes construir uma
sólida rampa, com uma
inclinação adequada, como um
método auxiliar para nos ajudar a chegar ao
topo.
Porém, uma vez aí chegados, os cuidados não acabam. No cume da montanha há um
declive que nos faz deslizar lentamente para as
arestas bem afiadas lá em baixo. Por isso, temos de nos agarrar com firmeza ao
vértice.
Todavia, tudo isso não chega. Mesmo bem seguros no
topo, é da maior importância que não fiquemos deitados à
sombra da bananeira, e, acima de tudo, que nos mantenhamos fiéis ao
perfil da nossa personalidade e aos
traços do nosso carácter, pois só assim será
visível a nossa
verdadeira grandeza.